Contrariado com o projeto que altera o cálculo do IPTU em Porto Alegre, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Gomes, pediu nesta quarta-feira (16) exoneração do governo Marchezan. Vereador eleito pelo PP, ele deve reassumir sua cadeira na Câmara nos próximos dias – e votar contra a proposta do prefeito.
Ricardo Gomes, ex-presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), é conhecido por seguir à risca o pensamento liberal e repudiar qualquer aumento de impostos. Embora o governo garanta que fará "justiça fiscal" com a revisão das alíquotas, Gomes nunca se convenceu.
– A arrecadação, no fim das contas, vai aumentar. Se vai aumentar, é aumento de imposto – disse um amigo próximo do secretário, que deve deixar o governo até o fim da semana.
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Outro desconforto para Ricardo Gomes é que, ao defender o fim da segunda passagem gratuita, Marchezan vinha dizendo que serão os empregadores, e não os trabalhadores, os principais afetados com o custo da tarifa. Não deu outra: representantes de empresas e lojas passaram a pressionar o secretário.
– Mas ele passaria por cima dessa questão sem problemas. O que ferrou mesmo foi o IPTU – afirma um assessor.
Em oito meses, Gomes é o segundo secretário do PP a deixar a prefeitura: o primeiro foi Kevin Krieger, da pasta de Relações Institucionais. Outras baixas foram Bruno Miragem (procurador-geral do município), Fernando Ferreira (presidente da Carris), Eduardo Wolf (secretário-adjunto da Cultura), Álvaro de Azevedo e Adenir Matos dos Santos (ambos diretores do DMLU).