O curioso é que há cinco meses, na hora de assinar o protocolo de instalação da CPI, todos os 36 vereadores puseram seu nome ali – uma unanimidade talvez inédita na história da Câmara. Todos eles, portanto, concordavam que a telefonia móvel, um dos serviços mais horrorosos da cidade, merecia uma investigação do parlamento.
– Mas em uma das reuniões, por exemplo, quatro promotores chegaram às 9h30min e ficaram até as 10h30min esperando para nada – conta o presidente da CPI da Telefonia Móvel, Valter Nagelstein (PMDB), sobre um dos três encontros cancelados porque não havia quórum de vereadores. – Tive que agradecer a presença deles e dispensá-los. É uma situação muito chata.
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Convidados a participar de reuniões, representantes do Ministério Público, da Anatel e do Sindicato dos Engenheiros compareceram à toa. Dos nove encontros marcados, quatro não ocorreram. Dois vereadores – Moisés Maluco do Bem (PSDB) e Rodrigo Maroni (PR) – foram excluídos por excesso de faltas. Mauro Zacher (PDT) também já pediu para sair por dificuldade de conciliar seus compromissos.
– Não tem essa de vereador querer ou não participar da CPI. É obrigação do mandato, está no regimento da Câmara. Seria como um desembargador não querer comparecer às sessões que deve ir – desabafa Nagelstein.