Menina dos olhos do prefeito Marchezan, o famoso Banco de Talentos foi desenvolvido pela mesma empresa que, segundo a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), recebeu do Daer, em 2016, R$ 422 mil de superfaturamento em um serviço terceirizado.
Trata-se da OWL Gestão e Tecnologia, que depois trocou de nome para Disruptcode. Um dos sócios na época era Michel Costa, guarde esse nome. Na campanha eleitoral do ano passado, a OWL/Disruptcode trabalhou nas redes sociais de Marchezan e ganhou R$ 38 mil por isso. O prefeito, depois de eleito, nomeou Michel Costa como diretor-técnico da Procempa, a companhia de tecnologia da prefeitura.
Hoje, além de liderar projetos na Procempa, Michel Costa é presidente do Conselho de Administração da Carris. E uma outra empresa da qual é sócio, a Safeconecta, faz testes para a instalação de GPS nos ônibus da... Carris.
Depois que o repórter Carlos Rollsing, do Grupo de Investigação (GDI) da RBS, revelou tanta coincidência, uma comissão da Procuradoria-Geral do Município abriu sindicância para avaliar se existe conflito de interesses na atuação de Michel Costa – a prefeitura não revela o procurador responsável nem o prazo para conclusão da análise. O fato é que o empresário está mesmo em todas: Ministério Público e Ministério Público de Contas também o investigam.
Segundo a prefeitura, o Banco de Talentos foi uma doação. Tudo bem. No poder público, é importante saber inclusive de onde vêm as doações.
De uma ponta à outra
Empresa que criou Banco de Talentos da prefeitura é a mesma suspeita de receber R$ 422 mil em superfaturamento do Daer
Um dos sócios na época hoje é diretor da Procempa e presidente do Conselho de Administração da Carris
Paulo Germano
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