O salário de secretário é de R$ 12,9 mil, mas Leonardo Busatto, da Fazenda, e Erno Harzheim, da Saúde, passarão a receber mais que o dobro disso se um projeto do prefeito Nelson Marchezan for aprovado na Câmara. Busatto terá vencimentos de R$ 26,1 mil mensais, enquanto Erno atingirá R$ 28,7 mil por mês.
A proposta foi enviada à Câmara no final do ano passado, ainda na gestão Fortunati, a pedido de Marchezan. O projeto cria uma verba de representação – que é um adicional no salário – no mesmo valor do subsídio atual dos secretários: R$ 12,9 mil. Mas esse benefício só valeria para secretários que são concursados do serviço público. É o caso de Busatto e Erno.
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Ambos foram cedidos, respectivamente, pelo Estado e pelo Executivo Federal, que seguem pagando seus rendimentos. Hoje, sem o adicional, Busatto já recebe mais do que um secretário do município: como auditor-fiscal da Receita Estadual, ganha R$ 13,2 mil por mês, conforme o Portal da Transparência.
Já Erno Harzheim, segundo o site do governo federal, recebe hoje R$ 15,8 mil mensais como professor de Medicina da UFRGS – são R$ 2,9 mil a mais do que ganha um secretário. Se a Câmara aprovar o projeto de Marchezan, tanto Erno quanto Busatto passarão a receber bem acima do teto de R$ 19,4 mil estabelecido pelo próprio prefeito no mês passado.
Verdade que, para atrair quadros qualificados para a administração pública, ainda mais em funções de alta responsabilidade, talvez um salário de R$ 12,9 mil possa estar abaixo do ideal. Mas é inegável que a medida tromba de frente com o insistente discurso de Marchezan, que vem falando em terra arrasada desde que assumiu o mandato. O prefeito diz que vai, inclusive, atrasar os salários dos servidores. Mas quer pagar mais a Erno e Busatto.
