Em poucos dias, a passagem de ônibus cruzará a faixa dos R$ 4 – o que pode ser caro demais, se o serviço for ruim; ou talvez aceitável, se o serviço for bom. Em Porto Alegre, um único indicativo sobre a qualidade do transporte público já é suficiente para formar-se um juízo: a tabela horária que a EPTC oferece em seu site é uma peça de ficção.
Não consigo pensar em nada mais trivial, elementar e ordinário do que um ônibus passar na parada no horário em que deveria passar. Um ônibus que não faz isso, bem, ceria cômo eu iscrever nu jornal açim. Não tem cabimento, porque é o básico sendo descumprido.
Minha colega Júlia Burg, que faz a coluna comigo, ontem de manhã viu seu ônibus, o T5, atrasar 23 minutos. Quando o ônibus chegou, outro veículo da mesma linha veio logo atrás. A assessoria da Carris disse que um dos carros "deve ter tido algum problema no trânsito", só que o trânsito fluía tranquilamente.
Mais de Paulo Germano sobre Porto Alegre:
Revitalização do Largo dos Açorianos não tem prazo para conclusão
Câmara de Vereadores pode rever meia passagem para estudantes
Pacote para restringir isenções na passagem chegará à Câmara em abril
Marisa Ribeiro, uma leitora que costuma pegar o São José por volta das 7h, na Zona Leste, tem ficado plantada no ponto por mais de meia hora nas últimas semanas. Segundo a tabela da EPTC, o São José deveria passar por ali a cada cinco minutos. Gerente-geral do consórcio Mais, responsável pela linha, Luis Fernando Ventura diz que o São José tem um índice de pontualidade superior a 90%. Não é o que parece.
Talvez você esteja se perguntando se eu ando de ônibus. Pois parei há pouco mais de um ano justamente por não suportar as delongas do T3. Aliás, sou uma estatística viva: em fevereiro de 2017, o número de usuários de ônibus em Porto Alegre caiu 13% em comparação a fevereiro de 2016. Por que o serviço, claro, é terrível.
– Teremos um grande ganho com a implantação de GPS nos ônibus. A fiscalização dos horários poderá ser feita por nós, a distância – prevê o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti.
A medida é ótima. Mas, até lá, não poderia a passagem custar esse absurdo.