Em primeiro lugar, não sou contra o direito de alguém ter uma arma para se defender – desde que a arma fique em casa e que o sujeito tenha treinamento e aptidão psicológica para usá-la. Restrições ao calibre são cruciais também: não faz sentido legítima defesa com uma metralhadora que derruba avião.
Dito isso, julgo-me isento para considerar o slogan Armas pela Vida uma sandice. Como disse o meu amigo Caue Fonseca, daqui a pouco alguém funda o movimento Orgias pela Castidade. Ora, armas são pela morte, ainda que a morte seja em legítima defesa. No domingo, a partir das 15h, o grupo fará um ato contra o Estatuto do Desarmamento no Parcão.
A foto acima mostra, da esquerda para a direita, os vereadores Valter Nagelstein (PMDB), Mônica Leal (PP), Comandante Nádia (PMDB), Mendes Ribeiro (PMDB), Wambert Di Lorenzo (PROS) e Felipe Camozzato (Novo) – além de um dos coordenadores do movimento, Pedro Meneguzzi – protocolando na Câmara a abertura da Frente Parlamentar Armas pela Vida.
O debate sobre o fim do Estatuto do Desarmamento é legítimo, mas precisa ser tratado de forma séria e racional, não com paixões e demagogia. O logotipo do grupo é um revólver dentro de um coraçãozinho. Todos sabemos – contrários ou favoráveis ao estatuto – que revólveres fazem corações pararem.
Mais de Paulo Germano sobre Porto Alegre:
VÍDEO: conheça o buraco de rua que exige uma escada para ser explorado
Projeto para transformar antigo centro de tortura em museu foi abandonado