Indicado pelo governador Sartori para assumir a presidência do IPE, o ex-deputado Otomar Vivian pode resolver o impasse da Escola Estadual Maria Thereza da Silveira – que, embora seja apontada como um dos melhores colégios públicos da Capital, corre risco iminente de fechar as portas. A verdade é que só falta vontade política para solucionar a questão. Em 2004, quando era justamente presidente do IPE, Otomar mostrou que tinha essa vontade: liderou um acordo com o governo estadual para manter a Maria Thereza onde está.
Hoje, o governo já admite a extinção da escola porque o IPE, dono do terreno, exige um aluguel de exorbitantes R$ 98 mil por mês. É que a Maria Thereza situa-se em uma das regiões mais nobres da cidade, no limite entre os bairros Bela Vista e Mont'Serrat.
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– O Ministério Público entrou com uma ação pedindo ressarcimento ao IPE porque a lei manda o Estado pagar aluguel ou adquirir o terreno – diz o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles. – Mas jamais seríamos contrários se o IPE e o governo acertassem um novo acordo.
Otomar Vivian se nega a dar entrevistas antes de passar pela sabatina na Assembleia, prevista para março, mas deverá fazer o que fez em 2004: propor ao governo que entregue outro imóvel de mesmo valor ao IPE em troca do terreno da escola. Na época, o Estado não entregou nada – basta entregar agora. Basta vontade política.