Nunca cheguei a te bater. Mas ri, várias vezes, enquanto te batiam. Pior: estimulei que te batessem, debochei da tua cara e, agora, escrevendo sobre isso, lembro do teu desespero e sinto uma bola de culpa na garganta. Não queria mais lembrar disso. Mas lembro sempre.
Uma vez, na Kombi que nos levava do colégio para casa, eu e outros idiotas te mandamos para a cachorreira - aquele lugar desconfortável em cima do bagageiro. Percebi teu enjoo com o sacolejo lá atrás, vi teu rosto empalidecendo, a cabeça guenza sacudindo. Todos riram na hora do vômito. Alguns te deram tapas.
Coluna
O bullying que fiz
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Paulo Germano
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