Nesta semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que aprovou financiamento de R$ 490 milhões para a Eve Air Mobility, companhia fundada pela Embraer para desenvolver aeronaves elétricas, que no Brasil estão sendo chamadas de carros voadores. Recentemente também foi anunciada a empresa que pretende operar o chamado eVTOL (do inglês, Electric Vertical Take-off and Landing) no Sul do Brasil. É a startup FlyBIS, comandada por quatro caxienses, que já assinaram uma carta de intenções para aquisição de até 40 aeronaves a serem entregues para operação a partir de 2026.
A FlyBIS e a Eve irão colaborar no desenvolvimento da operação de mobilidade aérea urbana nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com planos de expansão para outros países da América Latina. A startup foi fundada pelos caxienses neste ano, mas o tema de operação de uma aeronave elétrica capaz de decolar e pousar verticalmente vem sendo discutido há pelo menos três anos. E a parceria dos quatro amigos data de muito mais tempo, já que são da mesma geração que estudou no Colégio Carmo de Caxias na década de 1980.
O CEO, Gustavo Zanettini, piloto de Boeing 737 com dois mestrados na área de transporte aéreo, agregou sua experiência de pesquisa aos conhecimentos de mercado do também piloto Carlos Bertotto, COO da FlyBIS, e de André Tessari, CFO da nova startup. Bertotto e Tessari são sócios da Brave Aviação Executiva, que já trabalha com a operação de jatos compartilhados. Os três também estreitaram suas relações nos tempos em que frequentavam o aeroclube de Caxias. O quarto sócio é o único que não é da área da aviação, ele vem do Direito. Felipe de Lavra Pinto Moraes, o CLO da FlyBis, desempenha papel fundamental em um negócio que depende muito de uma nova regulação e contratos.
— Nós estamos há três anos analisando todos os projetos na área e optamos pela Eve, porque tem o modelo mais simples, com nível excelente de segurança e conta com o apoio e experiência da Embraer. A companhia tem essa visão de desenvolver todo o ecossistema. Como é uma tecnologia nova, para operá-la, estão desenvolvendo os vetiportos (aeroportos para aeronaves de pouso vertical), e estão em contato com as entidades públicas — exemplifica Zanettini.
Os valores que serão investidos pela startup caxiense na aquisição dos eVTOLs não foram divulgados por questões contratuais com investidores.