Responsável por 25% da receita total gerada pelas exportações do Rio Grande do Sul no primeiro semestre do ano, a soja bateu seu quinto recorde consecutivo em volume embarcado entre janeiro e junho. As vendas externas de 5,6 milhões de toneladas da oleaginosa somaram US$ 2,09 bilhões – crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). A cifra poderia ter sido ainda maior, não fosse a desaceleração dos negócios por conta da baixa de preço nos últimos meses.
– Mesmo com o recorde do semestre, o volume exportado em abril e maio, no auge da safra, foi inferior ao ano passado – compara Tomás Torezani, pesquisador em Economia da FEE.
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A receita também não superou o primeiro semestre de 2014, quando o preço da commodity no mercado internacional estava mais elevado. Com cotações menos atrativas, por conta do dólar e da Bolsa de Chicago, muitos produtores seguraram as vendas. Nos primeiro semestre, segundo dados da Safras & Mercado, aproximadamente 9 milhões de toneladas de soja foram comercializadas no Estado – somando exportações e mercado interno.
O volume representa 50% da supersafra gaúcha, que passou de 18 milhões de toneladas – 15% superior ao ano passado. No mesmo período de 2016, mais de 70% dos grãos colhidos já tinham sido comercializados. O percentual histórico nesta época do ano, independentemente do volume colhido, é de 65% da safra.
– O preço menor fez a comercialização ser mais lenta. Mas a partir de agora os negócios terão de acelerar, até para escoar a produção estocada – projeta Luiz Fernando Gutierrez Roque, consultor da Safras & Mercado.
A soja a ser vendida no segundo semestre ajudará a puxar para cima os dados de exportação em um período em que a produção agrícola tem menor impacto nas vendas externas gaúchas. A especulação climática em torno da safra americana nas próximas semanas poderá abrir brechas de alta da commodity – oportunidades que deverão ser aproveitadas.