Você tem alguma dúvida a respeito da separação dos poderes na Venezuela? Veja só esta: o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou a Justiça a agir com "mão de ferro" contra os opositores que, segundo ele, viajam aos Estados Unidos para pedir que Washington intervenha na Venezuela.
Foi, mesmo, uma convocação à Justiça!
O pedido foi ainda ampliado.
- Peço aos poderes públicos (leia-se a Justiça) que defendam a paz, a independência e a integridade constitucional da pátria, que atuem com mão de ferro diante dos que pedem no Exterior a intervenção do nosso país - discursou.
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Em vídeo, o que vimos na Venezuela
Abalado por uma grave crise política e econômica, Maduro denunciou que "os lobistas da extrema direita" viajam a Washington e a Nova York para solicitar ao governo do presidente Donald Trump que "arremeta" contra a Venezuela.
- É criminoso ir ao Império (EUA) para pedir que arremeta contra seu próprio país. Configura crime de traição à pátria, e os poderes públicos têm que agir para defender a paz - continuou o mandatário venezuelano, com naturalidade.
O vice-presidente do parlamento de maioria oposicionista, Freddy Guevara, reuniu-se em 10 de fevereiro passado, em Washington, com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. Almagro promove a aplicação da carta democrática interamericana na Venezuela, mecanismo que faculta à OEA intervir em casos de grave alteração constitucional e que, em última instância, pode provocar a suspensão do país do organismo.
Lilian Tintori, mulher do líder opositor preso Leopoldo López, foi recebida no dia 15 de fevereiro, na Casa Branca, por Donald Trump, a quem pediu no Twitter a libertação do marido.
- Ninguém tem imunidade para pedir uma intervenção no nosso país. Não vamos tolerar - advertiu Maduro.