Bah! A polícia argentina entregou ao juiz federal Julián Ercolini um detalhado plano para criar o que pode ser definido como força-tarefa para enfim elucidar: o procurador argentino Alberto Nisman se suicidou ou foi morto? Convenhamos que a hipótese do suicídio é absurda, como já foi dito repetidamente. Este colunista só pode acreditar que, ou Nisman foi vítima de homicídio, ou foi induzido a se matar. A distância do tempo só reforça essa convicção.
Mas a dúvida persiste.
Até junho, a política argentina se debruçará sobre esse caso.
Será um total de 27 profissionais, entre médicos, especialistas em balística, especialistas em informática, psicólogos, arquitetos, especialistas em acústica, peritos os mais variados, papiloscopistas etc.
A equipe começará a trabalhar em fevereiro.
Vai se dedicar, até junho, apenas no caso Nisman.
No próximo dia 18, cumprem-se dois anos da morte de Nisman.
Naquele 18 de janeiro, pouco depois de falar sobre um suposto acobertamento da presidente Cristina Kirchner a suspeitos iranianos (incluindo autoridades iranianas) de participação no ato terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), o corpo de Nisman apareceu com uma bala enfiada na cabeça. No dia seguinte, ele apresentaria ao Congresso provas da atuação presidencial, para a qual a contrapartida seria de vultosos negócios com o país persa.
O atentado à Amia, em 1994, deixou 85 mortos.
Dois anos antes, o atendado à embaixada de Israel deixara 29 mortos.
No total, foram 114 mortos. Muitos dizem que Nisman seria o 115º.
Tudo muito estranho desde o início.
Uma morte sem explicação, de resolução inexplicável.