Após propor a redução de benefícios fiscais a indústrias, dentro do pacote que será votado a partir de hoje na Assembleia Legislativa, o governo do Estado pretende se debruçar sobre o setor de proteína animal. Um grupo de trabalho, formado por três secretarias e coordenado pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, pretende identificar os gargalos que envolvem a produção de carnes e de leite. Uma das principais preocupações é não deixar que a perda de competitividade afaste investimentos – tudo o que um Estado com as finanças em colapso não precisa.
– Queremos detalhar e aprofundar todo o setor de proteína animal. Sabemos que existem dificuldades na cadeia, como no abastecimento e na distância dos grandes centros consumidores – afirma Fábio Branco, secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
Nos últimos anos, com a redução da área plantada com milho no Rio Grande do Sul, indústrias de aves e suínos optaram por ampliar seus investimentos em outros Estados – como Mato Grosso e Paraná, onde a safrinha responde por boa parte da produção do cereal no país.
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Embora a relação da frente de trabalho com o pacote seja negada pelo governo, o grupo será uma forma de se reaproximar de empresários do agronegócio – após o projeto de lei de redução dos créditos presumidos ter sido desengavetado. Além do Desenvolvimento Econômico, irão formar a frente de proteína animal as secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
A escolha de Odacir Klein para coordenar os trabalhos se deu pela proximidade com o setor – acumulada em cargos anteriores de secretário da Agricultura e de presidente de entidades como a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).
A próxima reunião do grupo está marcada para a primeira semana de janeiro, quando entidades representativas de indústrias já serão convidadas a participar. O clima do encontro dependerá do resultado da votação do pacote nesta semana – especificamente do projeto de lei que prevê a redução de até 30% dos incentivos fiscais.