Passado o primeiro ano do governo de Mauricio Macri, as coisas andam difíceis na Argentina. Veja bem, os índices de aprovação do presidente se mantêm relativamente bons, quase nos 50%. Porém... institutos como o Fara e Associados indicam que ele tem 45% e aprovação e 49% de reprovação. O problema é que as pessoas andam cansadas de esperar por melhoras socioeconômicas, e a tendência é de desgaste. As perspectivas, de acordo com os analistas, são de mais três ou quatro meses de paciência por parte da população. O cenário é o seguinte: a pobreza subiu de 29% para 32%, a inflação deve superar os 38% (chegaria aos 40%, e era de 26,5% no último ano do governo anterior, da adversária e desafeta Cristina Kirchner) em 2016, o PIB deve recuar 2%, o desemprego foi de 7,1% para 8,5%. Para piorar, Macri não tem maioria em nenhuma das casas do Congresso. O governo atribui os números pífios às medidas impopulares que teve de tomar, como a normalização do mercado cambiário, a negociação com os credores da dívida e o reajuste nas tarifas de serviços públicos. Esse quadro de ações teria levado ao aumento da inflação e, consequentemente, ao aumento da pobreza. Só que, na verdade, a equipe econômica de Macri esperava um efeito mais imediato. E outra: em 2017, o presidente não poderá mais justificar os índices pela herança da antecessora.
Enfim, não está bem...
Leia aqui quais os principais problemas para a administração de Macri:
Pobreza: neste ano de governo Macri, 1,5 milhão de pessoas (uma Porto Alegre inteira) entraram na faixa da pobreza. O índice subiu de 29% para 32%.
Recessão: a intenção do presidente era de mostrar os primeiros sinais de recuperação econômica ainda em 2016. Mas há retração e inflação.
Dissidências: o presidente da Câmara dos Deputados, Emilio Monzó, tem se rebelado e defendido a incorporação de dirigentes peronistas. Macri discorda.
Oposição unida: marco da união peronista foi a derrubada do projeto de reforma do imposto de renda na Câmara e a apresentação de proposta alternativa.
Confronto institucional: é provável que o Senado também rejeite a reforma do imposto de renda. E o que Macri deve fazer? Vetar a tal proposta alternativa!