Garantir que o acordo histórico não se esvaia em razão do tempo que corre. Esse o objetivo. O líder das Farc, Rodrigo Londoño (Timochenko), revelou que há um "compromisso" de referendar o novo acordo de paz com o governo da Colômbia via Congresso, depois que o pacto original foi rejeitado em um plebiscito.
- Este é o compromisso feito e esperamos que o Congresso esteja à altura do que a pátria está pedindo. Precisamos referendar o acordo para começar a estabelecer as bases e espalhar a semente da reconciliação e da paz - disse Timochenko ao canal RCN Televisión.
O líder guerrilheiro sublinhou que a vantagem desse mecanismo é o "que está mais à mão e o que é mais rápido".
- Eu acredito que quanto mais tempo se dilata a aprovação do acordo, mais espaço se dá aos setores que não querem a paz - completa.
Timochenko também afirmou que a assinatura do acordo, que deve ocorrer nos próximos dias, está sendo preparada. O governo, no entanto, indicou no domingo que a data e o local da assinatura não estão definidos.
- As Farc cederam em todos os pontos, com exceção do que diz respeito à elegibilidade de seus integrantes, inclusive aqueles condenados pela Justiça. Pela perspectiva das Farc, restringir seu acesso à via eleitoral faria com que eles fossem considerados meros criminosos e não rebeldes com causa - diz o historiador Carlos Malamud.
O governo, por sua vez, entende que 80% das ponderações oposicionistas foram atendidas e que esse resultado deve levar a um grande pacto nacional.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) alcançaram há uma semana um segundo acordo de paz com o governo do presidente Juan Manuel Santos, no qual foram incluídos alguns pedidos da oposição, depois que o primeiro acordo foi rejeitado em um plebiscito, com votação facultativa e presença de apenas um terço do eleitorado mediante forte mobilização dos defensores do "não", em 2 de outubro.
Santos disse que o novo pacto deve ser apresentado na quarta-feira ao Congresso para debates e, embora também tenha afirmado que é favorável à aprovação no parlamento, onde tem maioria, disse que ainda é necessário chegar a um acordo neste sentido com as Farc. As partes insistem na necessidade de uma rápida aprovação e implementação. Especialmente depois que foram anunciadas as mortes de dois membros das Farc em supostos confrontos com o exército, apesar do cessar-fogo decretado em 29 de agosto.
O objetivo é de acabar com um conflito armado de meio século que também inclui outras guerrilhas, paramilitares e agentes estatais. O conflito deixou 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.