Pela primeira vez no Rio Grande do Sul, a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a francesa Monique Eloit, participou nesta terça-feira do 5º Congresso e Feira Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat), na Fiergs, em Porto Alegre. Após se reunir com o presidente da República, Michel Temer, no dia anterior em Brasília, Monique falou sobre estratégias globais de enfrentamento a enfermidades e as possibilidades do Brasil se tornar livre da febre aftosa sem vacinação. Confira:
Quais são os riscos potenciais hoje para se alastrar alguma enfermidade, como a influenza aviária?
A influenza aviária é uma doença contagiosa que exige medidas muito sérias para evitar a contaminação. Um exemplo simples é o caso de uma granja onde as construções eram todas fechadas, com alta segurança, mas o milho ficava no lado de fora, em local aberto. Os pássaros selvagens andaram por ali e todos os animais foram contaminados por conta disso. No caso da influenza aviária ou da febre aftosa, por exemplo, todos os detalhes são importantes. Algo deixado de lado e você coloca em risco toda a produção.
Como está a posição do Brasil no cenário mundial de controle das enfermidades?
O Brasil tem várias vantagens, especialmente uma boa governança no setor privado, fazendo com que medidas de segurança tenham uma autenticação por parte das autoridades.
Qual orientação global da OIE aos países?
A principal estratégia é a boa governança sanitária. Ou seja, todos os setores envolvidos, criadores, governos e fiscalização, precisam ter uma coordenação para trabalharem juntos, com o mesmo objetivo. E essa coordenação tem de ser feita dentro de uma estrutura legislativa bem clara.
O que o Brasil precisa fazer para se tornar livre da febre aftosa sem vacinação?
Estive com o presidente Michel Temer e a febre aftosa foi um dos assuntos discutidos. O Brasil está com um bom reconhecimento de território, para saber controlar os possíveis focos do problema. Creio que será possível, sim, alcançar o padrão livre de febre aftosa sem vacinação até meados de 2018.