O horror na Bolívia. O presidente Evo Morales teve de sair a público para expressar "profunda dor" pela morte do vice-ministro do Interior, Rodolfo Illanes, sequestrado e assassinado por mineiros que protestam há cinco dias na região de Panduro. Evo afirmou que os protestos são uma "conspiração política".
Illanes, 56 anos, foi sequestrado na quinta-feira. Seu corpo, envolto em um cobertor na rodovia entre as cidades de Oruro e La Paz e com marcas de linchamento, foi levado a uma clínica para autópsia.
O ministro da Defesa, Reymi Ferreira, diz que "há entre cem e 120 detidos" ligados ao crime e que os "cabeças do grupo já foram identificados".
O segurança de Illanes conseguiu fugir e foi atendido em um hospital de La Paz.
O episódio ocorre na esteira do protesto que mineiros realizam, bloqueando estradas desde a última segunda-feira. Os manifestantes, aliados do presidente Evo Morales, queriam uma audiência com ele, pediam mais liberdade para negociar contratos com empresas transnacionais e exigiam a libertação de 10 detidos sob acusação de ameaças a policiais e a bens do Estado.
Um mistério encobre o caso. Illanes chegou a fazer contato com a imprensa, pediu que tranquilizassem sua família e ainda assegurou que estava "protegido pelos companheiros". Depois, foi encontrado morto.