A juíza argentina que investiga a morte do promotor Alberto Nisman, em janeiro de 2015, determinou a quebra do sigilo telefônico da então presidente Cristina Kirchner e de vários dos seus ministros. A juíza Fabiana Palmaghini atendeu ao pedido "insistente" do advogado Pablo Lanusse, que representa a mãe de Nisman, informou a agência oficial argentina Telam.
Nisman foi encontrado morto no dia 18 de janeiro de 2015 no banheiro do seu apartamento com um tiro na cabeça, na véspera de depor no Congresso após ter acusado Cristina de acobertar ex-dirigentes iranianos envolvidos no atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos em 1994.
A Justiça ainda não determinou se a morte de Nisman foi suicídio ou homicídio, como afirma sua família. O tema está envolto em diversos mistérios.
Em 2013, Cristina firmou pacto com o Irã para os suspeitos no caso AMIA serem ouvidos fora da Argentina e para a criação de uma comissão internacional de juristas que investigaria o atentado, mas isso nunca se ocorreu.
A juíza Palmaghini também solicitou os registros escritos e de imagens das câmeras de segurança da residência oficial de Olivos entre 11 e 20 de janeiro de 2015. Determinou ainda a identificação dos telefones celulares e fixos utilizados por Cristina, o então ministro Aníbal Fernández e o chanceler na ocasião Héctor Timerman nos dias anteriores e posteriores à morte de Nisman.
Também serão investigados o ex-secretário da presidência e ex-titular da Agência Federal de Inteligência (AFI) Oscar Parrilli, os deputados kirchneristas Andrés Larroque e José Ottavis, e o ex-chefe do Exército César Milani.