A simplicidade, muitas vezes, é amiga da lucidez. No básico, achamos a essência. Dois exemplos para chegar aonde quero: 1) Sou gremistaço, e meu humor é fortemente influenciado pelas notícias envolvendo o meu time. Até por isso, não sou afeito a tocar flauta. Por quê? Porque tenho muitos amigos colorados, e me incomoda saber que pessoas de quem gosto sofrem como eu sofro nos meus infortúnios. Logo, não vou além de um tratorzinho inocente e sem maiores ranços. Jamais tripudio o genuíno sofrimento alheio ou diminuo glórias merecidas, principalmente quando nada tenho a ver com elas. 2) Me intrigam as brigas políticas. Não entendo as pessoas se digladiando por algo que é apenas questão de dosagem. Claro, refiro-me a gente de boa índole, não aos mal-intencionados. Há aqueles que creem no Estado mínimo, na vida tomando seu rumo ao sabor das individualidades e do objetivismo de Ayn Rand. Há, também, aqueles que veem a ganância como intrínseca ao homem, o que torna o Estado um ente essencial para regular as relações humanas e estabelecer justiça social, redistribuindo oportunidades. Pode haver gradações, para um ou outro lado. Não necessariamente esses conceitos andam de forma paralela. Conforme o contexto histórico, podem até se cruzar. As duas convicções são respeitáveis, quando tratadas com honestidade intelectual e boas intenções. E, confesso, perfilo-me mais no segundo grupo.
Degradação
Caos na Venezuela é indefensável
Colunista esteve durante uma semana no país governado pelo presidente Nicolás Maduro. A realidade crua encontrada será tema de reportagem
Léo Gerchmann
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