Silicon Valley é uma série da boa e velha HBO, para nos lembrar de que foi ela quem começou esse negócio de transformar a televisão em um espaço nobre, finalmente. E Silicon Valley começou meio de brincadeirinha e virou gente grande nesta terceira temporada. Já temos personagens, temos trajetórias, temos afetos e desafetos. E uma compreensão crescente do mundo da novíssima economia, aquela onde bits e bytes fazem as vezes de aço e tijolo. Lá, caros leitores, nada é para valer. Chamam de Vale do Silício, mas, num lugar onde tudo é pastiche, silicone fica mais adequado na hora de descrever o que acontece.
Empresas surgem do dia para a noite e valendo bilhões, que seus desmiolados donos se encarregam de fazer desaparecer em microssegundos. Reputação é tudo, mesmo que seja péssima, e o pior que pode acontecer é acertar muito cedo e nunca mais.
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O legal de Silicon Valley é que a série tira sarro do vale e dos seus personagens siliconados, mas ao mesmo tempo reconhecendo que eles transformam o mundo, e não apenas no papo. Você hoje é o que é graças a Facebook, Google, WhatsApp e similares. Sua vida é definida pelo que acontece no vale, e, depois de Hollywood, nunca fomos tão influenciados pelos americanos como agora, gostando ou não. O vale pode ser levemente debiloide, mas seus produtos não são, e se a nossa vida é, a culpa não é deles, mas nossa. Vale a pena. Portanto veja.