Pelo jeito, o Peru não quer mesmo saber do candidato de centro-direita Pedro Pablo Kuczynski, mais conhecido como PPK, e deve optar pelo retorno do fujimorismo com a eleição da candidata Keiko Fujimori.
Tudo é insólito. A rejeição do Peru a PPK leva ao reforno do clã Fujimori!
Keiko é tida como "populista de direita".
A filha de Alberto Fujimori defendeu ontem seu favoritismo diante da aproximação do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo domingo.
Em um encontro que esteve equilibrado entre ataques e propostas, Keiko destacou seu trabalho político nos últimos cinco anos, período no qual percorreu grande parte do Peru e fortaleceu um partido político, o que se refletiu na conquista da maioria absoluta no Parlamento (73 de 130 parlamentares).
– Estou preparada, estou pronta, sabemos o que queremos fazer. Tenho a força para trabalhar por um país reconciliado – disse ela ao encerrar o debate, no qual, mais que propostas, contra-atacou e, conforme parte da imprensa peruana, mostrou-se com melhor manejo cênico e mais efetividade que PPK.
Kuczynski, um ex-ministro da Economia e ex-funcionário do Banco Mundial, destacou seu conhecimento e experiência, aos 77 anos. Outra parte da imprensa viu nesse último debate a melhor atuação de PPK, mesmo que provavelmente não tenha sido suficientemente convincente com o eleitorado.
– Precisamos de um piloto experiente para levar este avião que passa por céus turbulentos – disse PPK, criticando a rival por sua participação como primeira-dama no governo de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado por crimes de corrupção e contra a humanidade.
PPK alertou que um governo de Keiko seria "uma ameaça para a democracia".
Foi o último debate entre os dois antes da eleição.
Na última semana, Keiko, do partido Fuerza Popular, somou apoio e rompeu o empate técnico que mantinha com PPK, do Peruanos por el Cambio.
De acordo com uma simulação de votação da empresa Ipsos divulgada também no domingo, Keiko, 41 anos, tem 45,9% das preferências, enquanto PPK, economista e ex-funcionário do Banco Mundial, aparece com 40,6%.
A partir de agora fica proibida a divulgação de pesquisas no país.