Atenção! O Grêmio encontrou seu irmão gêmeo!!! Claro, é um imortal!
É a personificação da imortalidade tricolor!
A aura da imortalidade do clube foi construída por diversas façanhas de superação, que vão do fantástico Gre-Nal Farroupilha (o último jogo de Eurico Lara), em 1935, à incrível Batalha dos Aflitos. Agora, porém, esse epíteto, "imortal", ganha uma linda personificação.
Um israelense, sobrevivente do Holocausto, é, efetivamente, o homem mais velho do planeta aos 112 anos, de acordo com o que confirma o Guinness World Records, agora já com a entrega do diploma. Yisrael Kristal nasceu na Polônia em 15 de setembro de 1903, na mesma data de fundação do tricolor gaúcho.
Parabéns, querido Sr. Yisrael! Que o senhor ainda viva muito e acompanhe seu irmão gêmeo pela TV, em sua poltrona desde Haifa!!!
O Sr. Yisrael viveu no país até a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, antes de ser enviado ao campo de concentração de Auschwitz.
Robert Young, consultor em gerontologia para o Guinness World Records, confirmou que se a data de nascimento dele for comprovada, o centenário será o homem mais velho do mundo. A família Kristal alegava que o documento mais antigo que ele tinha era sua certidão de casamento, feita quando tinha 25 anos. O Guinesse ainda queria algo dos primeiros 20 anos. Agora, isso foi fornecido.
Mas era uma formalidade, claro.
Este colunista, quando as agências de notícias deram a informação de que o Sr. Yisrael era o homem mais idoso do mundo, reparou na data de nascimento.
A data do Grêmio!
As notícias sobre a longevidade campeã do Sr. Yisrael se espalharam pelo mundo já em 19 de janeiro, pouco mais de um mês atrás, quando o japonês Yasutaro Koide, o então homem mais velho, morreu e lhe passou o bastão.
Este colunista entrou em contato com Beto Carvalho, o diretor de marketing do Grêmio, e a equipe de marketing do clube se envolveu na história com a presteza necessária.
Mandou, imediatamente, inscrever o número 1903 e o nome "Yisrael Kristal" em uma camiseta oficial, como a de um jogador do time, e a mandou para Israel. Em Israel, quem a recebeu foi o gaúcho Nelsinho Burd, que vive a poucos quilômetros do Sr. Yisrael, em Haifa.
Nelsinho pegou um trem até Haifa e nos trouxe este relato:
"Só agora cheguei de volta. foi emocionante. Ele ficou muito feliz. A filha dele, Shula, estava lá também. O Bernardo Kopstein Schanz fez as fotos. Yisrael Kristal não sabia que nós íamos até lá. A filha dele preferiu não contar, pois ele ficaria ansioso, na espera. Ele usa aparelho auditivo, precisou colocá-lo para falar com a gente. A filha dele chegou dois minutos depois. Fizemos as fotos. Fomos embora 10 minutos depois. Ele ficou muito feliz, surpreso. Contamos sobre o Grêmio, a coincidência, tudo. Ele ficou radiante. O Bernardo tirou fotos dele sozinho, com a filha Shula e comigo. Foi uma sensação muito legal. Ele fala hebraico e yidishe. A primeira língua dele é o yidish, que é como ele se comunica com a filha. Com a gente, foi o hebraico. A imortal coincidência o comoveu. Na verdade, a todos nós. Ele ria e chorava ao mesmo tempo. Dizia: é o meu aniversário. é a minha data na camisa."
Comovente mesmo, Nelsinho!
E um detalhe: claro, ele fala yidishe como os judeus que viviam na Europa.
O Sr. Yisrael nasceu em Zarnov, na Polônia. Em seguida, mudou-se para Lodz, onde trabalhou em uma fábrica de doces antes de ser enviado para o campo de concentração.
Conforme Shula Kuperstoch, filha do Sr. Yisrael, sua esposa morreu no campo, mas ele sobreviveu e, ao final da guerra, pesava apenas 37 quilos.
Em seguida, instalou-se na cidade de Haifa, no norte de Israel, e casou-se novamente.
O centenário não tinha feito declarações por causa de sua saúde frágil, mas sua filha diz que ele tem bom ânimo. Com a camiseta tricolor em mãos, então, vibrou como uma criança gritando gol.
Numa entrevista concedida em 2014 a um canal de televisão israelense, o Sr. Yisrael falou sobre seus hábitos alimentares e afirmou que "nem sempre havia comida nos campos".
- Eu comia o que me davam. Como para viver, não viver para comer.
Homem mais velho do mundo anteriormente, o japonês Yasutaro Koide, morreu em 19 de janeiro, também aos 112 anos. A mulher mais velha do mundo, de 116 anos, é Susannah Mushatt Jones, nascida em 6 de julho de 1899. O recorde de longevidade humana reconhecido oficialmente é detido pela francesa Jeanne Louise Calment, que viveu 122 anos e 164 dias e morreu em 1997.
...
O sr. Yisrael recebeu carta do Grupo de Investigação Gerontológico pedindo um documento oficial para certificá-lo junto ao "Guinness Book". A instituição acompanha idosos com mais de 110 anos, e não existem informações sobre o nascimento de nenhum homem que o supere em idade.
O Guinness já avalia se pode flexibilizar suas próprias regras e aceitar o documento como válido. Afinal, na certidão de nascimento, de quando ele tinha apenas 25 anos, está bem claro: o Sr. Yisrael nasceu no abençoado dia 15 de setembro de 1903! Que baita história, gente!!!
Algumas informações a mais sobre ele: o sr. Yisrael sobreveu em Auschwitz por conta do trabalho forçado. Seu pai era professor da Torá – o Pentateuco, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, a Bíblia judaica. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pai e ele foram forçados a lutar ao lado do Exército russo. Do primeiro casamento, teve dois filhos, que morreram no gueto de Lodz, na Polônia. Em 1944, Sr. Yisrael e a mulher foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz, onde ela morreu. Obrigado a refazer a vida, ele se mudou para Israel em 1950 já com a segunda mulher – o novo casamento ocorrera em 1947.
A filha Shula disse o seguinte para o jornal israelense "Jerusalem Post":
"Ele acredita que foi salvo porque Deus quis assim. Ele não é uma pessoa com raiva; é alguém que acredita que há uma razão para tudo no mundo."
Sr. Yisrael atribui a longevidade a Deus.
Acredita que a idade avançada é uma graça divina.
PS: importantíssimo dar o crédito pelo esforço de localizar o Sr. Yisrael à equipe de marketing do Grêmio, a Nelsinho Burd, a este colunista, claro, e ao querido amigo Luis David Leventhal.
Grande parte das informações acima veio das agências de notícias e da Confederação Israelita.