Desenvolveu-se um assaz estranho hábito entre nós com a ideia de esquerda. Na verdade, essa ideia tornou-se religiosa, utilizada para caracterizar uma espécie de Cidade de Deus na Terra.
As pessoas se sentem especialmente reconfortadas consigo mesmas, como se estivessem em uma comunhão de tipo religioso. O que ocorre no mundo seria alheio a esse dogma. Aferram-se a essa ideia como se não houvesse salvação fora dela.
Ocorre que Marx não era um homem religioso. Aliás, foi um ferrenho adversário da religião, considerando-a o ópio do povo. O mesmo valeria para qualquer ideia que se recusasse ao seu enfrentamento com o mundo empírico. Uma ideia, como a do socialismo, deveria ser confirmada por sua realização histórica. Uma ideia se mediria por seus resultados.
Ora, a esquerda produziu uma das maiores barbáries da história, só rivalizada pelo nazismo. Foram o stalinismo e o comunismo soviético, com seus avatares chineses, cubanos e dos, então, Estados socialistas do Leste Europeu. Foram os campos de trabalhos forçados, simbolizados pelo Gulag, com seus milhões de assassinatos e a fome devastadora.
Nosso país, como se nada tivesse aprendido, resolveu fazer a experiência de esquerda, com o lulopetismo, à revelia das grandes conquistas das democracias contemporâneas, baseadas na economia de mercado e no direito de propriedade.
O resultado é catastrófico. O Brasil encontra-se em um buraco, imerso em PIB decrescente, inflação disparando, desemprego em alta. Como se não houvesse ainda algo pior, o PT aparelhou o Estado, na melhor tradição leninista, e tornou a corrupção um método de governo. Seus líderes encontram-se na prisão, outros sendo julgados, outros ainda à espera de julgamento.
Dentre eles, o ex-presidente Lula está na fila. Já quase furando. Suas explicações e as de seus comparsas sobre o tríplex de Guarujá e o sítio de Atibaia são bisonhas. Só um idiota para nelas acreditar. O castelo de cartas do petismo está desabando. Nem seus marqueteiros, regiamente pagos, podem fazer qualquer milagre.
A Petrobras, de símbolo nacional, tornou-se exemplo de corrupção sistêmica, uma empresa olhada com horror pelo mundo afora. Foi privatizada partidariamente.
Logo, não deixa de causar espanto que alguns defendam a ideia de esquerda como imaculada, a "utopia", ou pretendam outros que o lulopetismo não é de esquerda! Todos comungam, na verdade, do mesmo dogma!
Quem é ainda de esquerda, à luz dos seus resultados?
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