O estelionatário que hackeou autoridades da República cometeu crimes inquestionáveis que os hackeados ainda estão tentando tipificar melhor com o propósito de agravar sua punição, mas também prestou um serviço a todos nós – ingênuos usuários da comunicação digital. Se antes da era dos smartphones se dizia que o peixe morria pela boca, com o significado que todos conhecemos, agora ninguém mais pode ter dúvida de que as reputações também morrem pela ponta dos dedos. Tudo o que transmitimos, mesmo em trocas de mensagens reservadas, fica gravado em algum lugar do ciberespaço com as nossas impressões digitais e pode ser recuperado com meia dúzia de cliques por um delinquente fanfarrão, estágio de sofisticação tecnológica não muito acima do adolescente com espinhas ironizado pelo ministro Moro.
Vermelho
As reputações também morrem pela ponta dos dedos
Há mal na invasão da privacidade alheia. E há muito mal quando homens públicos traem a confiança de seus representados
Nílson Souza
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