Não é surpreendente que tantos colorados estejam indo às redes sociais para dizer que o time não precisa mais de D’Alessandro.
A lógica das três vitórias consecutivas que levaram o Inter para a ponta alta da tabela induz a acreditar que o argentino perdeu protagonismo e nem deve voltar mais à equipe. Do lado de cá do balcão, me parece que Odair Hellmann não cairá nesta equivocada tentação.
O capitão e ídolo ainda tem muito para agregar neste momento de transição do time colorado. O 2018 do Inter tem esta feição: passagem para a normalidade. Se o processo for acelerado e a equipe encaixar e pintar vaga de Libertadores ou, remotamente, o título do Brasileirão, seria surpreendente e extraordinário.
Porém, pouco antes da parada para a Copa, D'Alessandro está prestes a ficar à disposição do treinador. Poderá jogar, por exemplo, na terça-feira, no Morumbi, contra o São Paulo. D'Alessandro vem de lesão, tem 37 anos, tudo que o cerca precisa ser tratado com cuidado, inclusive a forma de aproveitá-lo daqui para diante.
Ainda localizo espaço entre os 11 para o gringo, da mesma forma que não o vejo completando 90 minutos a cada quarta e domingo. E, sim, haverá partidas em que D'Alessandro, em vez de começar de titular, deverá entrar no decorrer para mudar ou corrigir um cenário de jogo. Seja lá o que se decida a respeito do meia, é imprescindível que ele faça parte da decisão, seja ouvido e participe da posição a ser adotada.
Uma das mais fortes qualidades do seu futebol sempre foi a inteligência. Então, é claro que D'Alessandro sabe que a melhor forma de ajudar o Inter já não será a mesma de três anos atrás. Aliás, já em 2015 com Diego Aguirre, o argentino começou entre os reservas um jogo de Libertadores contra o Atlético-MG no Independência, empate em 2 a 2. Tinha feito um partidaço no Gre-Nal decisivo do Gauchão daquele ano, lembro de entrevistá-lo no dia seguinte e ouvir dele que estava com dor "em todas as partes do corpo", me disse bem-humorado.
Com tudo o que aconteceu para o Inter desde então, mais do que nunca é necessário aproveitar D'Alessandro da forma mais produtiva possível. Menos tempo em campo com mais intensidade e, consequentemente, mais contribuição no desempenho geral do time, este é o desafio. Nada que leve à ruptura, não é preciso. Neste fim de semana, com Beira-Rio cheio e animado, o Inter tentará sua quarta vitória seguida.
O Sport tem cinco titulares que chegaram do Inter. Claudinei Oliveira os estava escalando com frequência e não poderá tê-los neste jogo. O Sport ganhou há uma semana fora de casa do Palmeiras, depois, em Recife, do Atlético-MG. Vai para seu terceiro enfrentamento consecutivo contra time de camiseta pesada. Facilidade, portanto, esqueça.Os pernambucanos chegam confiantes, ainda que desfalcados.
Não se exija do Inter o que ele não tem para dar: encantamento. Mas o que já faz no Brasileirão é promissor. O colunista, que projetou meio de tabela para o gigante que volta a seu lugar, não quer estar certo, prefere mesmo errar. Mas ainda não revisa a posição anterior.