A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) divulgou nesta sexta-feira (24) o primeiro levantamento sobre pedidos de indenizações relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul. Já foram comunicados 23.441 sinistros, com projeção de pagamento de R$ 1,673 bilhão em indenizações. Segundo a entidade, o número de residências que contam com cobertura contra enchente é “muito baixo”, enquanto aproximadamente 90% dos automóveis segurados têm proteção contra este tipo de situação.
A CNseg sublinha que o levantamento sobre pedidos de indenização é preliminar porque grande parte dos clientes ainda não conseguiu acionar as seguradoras. A projeção é de que a catástrofe no Rio Grande do Sul irá gerar o maior volume de indenizações pagas em um único evento na história do país.
— Muitas casas e empresas ainda estão alagadas, não é possível estimar com precisão os valores que serão indenizados. Os números de hoje são baseados apenas em sinistros já avisados com estimativa preliminar de custo — pontuou o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.
Os seguros de residências são divididos em duas categorias. O habitacional envolve contratos de financiamentos, em que todos os imóveis têm proteção contra alagamentos. As indenizações se limitam, contudo, a danos na estrutura dos imóveis, não cobrindo eventuais perdas de bens, como móveis e eletrodomésticos. Já o seguro residencial é contratado individualmente pelos clientes, e a maioria não tem proteção contra alagamentos.
— A gente viu que alagou lugares que nunca haviam alagado, as pessoas imaginam que nunca vai acontecer. Então, temos adesão baixa de apólices com cobertura para alagamento — enfatizou Oliveira.
O dirigente assegurou que, independentemente do volume de indenizações solicitadas, as empresas do setor são sólidas, têm liquidez e plena capacidade de lidar com os custos.