Após a inclusão de sete trechos de rodovias gaúchas no Programa Nacional de Desestatização (PND), o governo Lula se apressou em esclarecer que isso não significa que haja uma decisão política sobre levar adiante novas concessões à iniciativa privada. O tema, inclusive, não deve avançar a ponto de um edital de licitação ser lançado no atual mandato do presidente Lula.
Diante da publicação no Diário Oficial da União (DOU) de um novo pacote de estradas no PND, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta (PT-RS), procurou o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), para entender as intenções da iniciativa. Renan Filho afirmou que sua pasta busca apenas identificar a viabilidade técnica para futuros empreendimentos nessas rodovias. Sem a formalização ao programa, o governo ficaria impedido de contratar estes estudos.
— Não existe uma decisão política de que estes trechos serão concedidos. É algo para daqui a muitos anos — assegurou Pimenta à coluna.
Na conversa com Renan Filho, Pimenta não se opôs à realização dos estudos, mas reforçou que qualquer avanço em direção a parcerias com a iniciativa privada precisa antes de uma análise política e social.
Em ano eleitoral, é ainda maior a preocupação com o desgaste que a implantação de novas praças de pedágio pode provocar. Futuras concessões que garantam obras estruturais não estão descartadas. A curto prazo, no entanto, o objetivo é acelerar entregas de obras já em andamento e realizadas com dinheiro público.
Pimenta acredita que o governo irá inaugurar ainda em 2024 a duplicação da BR-116 no trecho sul, com entrega da pista principal entre Guaíba e Pelotas. Na mesma rodovia, na região do Vale dos Sinos, devem ser finalizadas as melhorias no viaduto da Scharlau e no trecho sobre a ponte do Rio dos Sinos.
Também está nos planos, segundo o ministro, entregar neste ano dois lotes da duplicação da BR-290, na região de Pantano Grande. A finalização de toda a obra é prometida até 2026. Em 2024 também deve ser inaugurada a travessia urbana de Santa Maria.