O programa Voa Brasil, que irá oferecer passagens aéreas a R$ 200, está previsto para ser lançado pelo governo na segunda quinzena de janeiro. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, nesta quarta-feira (6), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, esclareceu que a iniciativa será voltada exclusivamente a aposentados e pensionistas. Também está em análise a possibilidade de incluir estudantes de baixa renda entre os beneficiados.
Prometido ainda na gestão do ministro Márcio França, o programa prevê um acordo entre governo e companhias aéreas para ocupação de aeronaves em períodos de maior ociosidade. Até agora, o desenho do programa não prevê subsídios com dinheiro público. A ideia é estabelecer uma forma de otimizar o transporte abrindo espaço para pessoas que nunca viajaram de avião ou que não conseguem utilizar o transporte aéreo com frequência.
— O programa que a gente está desenhando, o papel social é para incluir brasileiros que não viajam hoje na aviação brasileira — disse o ministro.
Costa Filho criticou seu antecessor. Para ele, Márcio França comunicou mal a ideia do programa e muita gente achou que haveria passagem aérea a R$ 200 para todo mundo.
Além de ser dirigido exclusivamente a aposentados, pensionistas e possivelmente a estudantes de baixa renda, o Voa Brasil oferecerá voos em períodos de baixa temporada. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil devem participar do programa para oferecer parcelamento sem juros.
Também haverá limite para emissão de bilhetes. O projeto, que ainda poderá sofrer modificações, prevê que os beneficiados poderão adquirir até duas passagens por ano, com direito a um acompanhante em cada trecho.
O governo também planeja lançar um site exclusivo para a compra de bilhetes por meio do programa.
Preço das passagens
Durante a entrevista, o ministro também comentou a alta no preço das passagens para o público geral. Nas últimas semanas, Costa Filho se reuniu com representantes das principais companhias aéreas e exigiu respostas para tarifas que classifica como "abusivas". Até agora, porém, não encontrou solução para reduzir os valores.
— A gente não pode fazer intervenção, estamos dialogando — justificou.
Segundo o ministro, o preço médio das passagens aéreas caiu de R$ 640 em 2022 para R$ 585 nos oito primeiros meses de 2023. Ele reconhece, contudo, a prática de preços muito maiores em determinados trechos, inclusive na ligação entre Porto Alegre e os principais destinos do Brasil.
Além do impacto do elevado patamar de preços do querosene de aviação, o ministro justificou que as companhias ainda estão operando no prejuízo em consequência da pandemia.