Depois do teste em que processou 100% de óleo de soja em escala industrial, a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR) assinou contrato de licenciamento com a dinamarquesa Topsoe para fornecimento da tecnologia para a produção de combustíveis 100% renováveis. É parte de um processo que prevê investimento de US$ 900 milhões (R$ 5,2 bilhões ao câmbio atual).
O projeto, como antecipado pelo colega Fábio Schaffner no ano passado, é produzir combustíveis avançados que permite a produção de diesel verde (HVO), combustível de aviação sustentável (SAF) e nafta (matéria-prima de resinas para produtos plásticos) verde. O início das operações é previsto para o primeiro semestre de 2028.
Esse plano prevê instalação de unidades com capacidade de processamento anual de 800 mil toneladas anuais de matéria-prima renovável, como óleos vegetais, gordura animal e óleos de cozinha já usados. Os investimentos são estimados em US$ 900 milhões (R$ 5,2 bilhões).
Embora a tecnologia usada no teste fosse nacional, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes), agora a empresa afirma que a escolha da Topsoe "garante solidez na condução do projeto".
— A Riograndense acredita que a Topsoe é a parceira adequada para avançarmos nesse projeto de conversão total para uma biorrefinaria, que permitirá sermos uma referência na produção de SAF no Brasil — afirma em nota Felipe Jorge, diretor superintendente da Refinaria Riograndense.
Segundo Elena Scaltritti, diretora comercial da Topsoe, “com o Brasil definindo metas ambiciosas de redução de emissões de companhias aéreas em outubro deste ano, a Riograndense é uma das primeiras do país a garantir que o fornecimento de SAF esteja disponível para as operadoras de companhias aéreas no prazo". A Riograndense tem três sócios: Petrobras, Braskem e Ultra.