Maior rede de varejo do Brasil, a Lojas Renner mudou seu modelo de negócio sem que seus clientes percebessem. E os resultados foram positivos, observa o CEO, Fabio Faccio. Ele prefere falar em "evolução" em vez de "mudança", mas o mercado vê da segunda forma.
O que ocorreu no grupo gaúcho que permitiu aumento de 13% nas vendas e de 47,7% no lucro líquido no terceiro trimestre deste ano ante igual período de 2023?
— Tivemos o maior ciclo de investimentos da história. O novo centro de distribuição é parte disso, mas usamos inteligência artificial há seis anos, nos últimos três com aportes massivos. Aplicamos do design à distribuição. Ficamos mais precisos, mais ágeis e mais flexíveis — responde Faccio.
Todo esse trabalho ocorre longe dos olhos do consumidor, mas seus resultados são percebidos. Segundo Faccio, de setembro de 2023 até agora, os preços da rede tiveram "deflação". A maior parte da baixa, detalha, foi por por ganho de eficiência com as novas tecnologias. Outra parcela, menor, veio de ajuste de mix, ou seja, de oferta de peças de menor custo.
— A Renner manteve o posicionamento e melhorou a competividade, com crescimento de vendas — afirma o executivo, acrescentando que os 13% de aumento de julho a setembro equivalem ao dobro da média do mercado.
Conforme o diretor financeiro da varejista, Daniel Santos, as outras marcas do grupo, como Youcom e Camicado, também tiveram melhores indicadores de julho a setembro. A financeira Realize teve resultado positivo, depois de dar prejuízo no terceiro trimestre de 2023. Conforme Daniel, os pagamentos com atraso superior a 90 dias tiveram redução de 5,5 pontos percentuais. E avisa:
— Voltamos a conceder crédito de forma cautelosa. Isso é importante porque consegue trazer novos clientes.