A assinatura de contratos de concessão para explorar petróleo em 26 blocos, boa parte dos quais na costa gaúcha, criou a expectativa de início da atividade.
Como a coluna já observou, leva tempo. Conforme o gaúcho Décio Oddone, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até que ocorra a primeira perfuração no subsolo gaúcho, podem passar de três a quatro anos.
Demora porque a contratação de um levantamento sísmico pode levar de um a dois anos. Essa etapa não é obrigatória, observa Oddone, mas usual:
— É muito difícil perfurar sem sísmica.
Antes de começar o levantamento, é preciso licenciamento ambiental do Ibama. O trabalho pode levar cerca de seis meses e a interpretação dos resultados, outros seis.
Para efeito de didatismo, "a sísmica", como é conhecida, é comparada a uma espécie de ultrassonografia. Mas há grande diferença no resultado, não tão imediatamente compreensível.
Oddone lembra, ainda, que a Petrobras fez uma "oferta não vinculante" (proposta de compra condicionada ainda sem aceitação) por uma participação significativa no bloco PEL-83 da petroleira portuguesa Galp na Namíbia.
Caso seja aceita, a brasileira se tornaria operadora do campo de Mopane, que tem estimativa de 10 bilhões de barris de petróleo e gás. Para comparar, o campo de Tupi, o primeiro do pré-sal, tinha projeção de 5 bilhões a 8 bilhões de barris.
O negócio também daria à Petrobras mais conhecimento sobre as formações que o RS compartilha com o país africano.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo