O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Apesar do cancelamento do embarque do presidente Lula, a delegação brasileira na China prossegue sob o comando do ministério da agricultura. Com empresários e um representante do governo gaúcho por lá, uma série de agendas têm relação com demandas imediatas do RS. Mas, para o presidente da seção Sul da Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional (CCDIBC) e também da agência gaúcha Brasil-China, Paulo Tigre é preciso aproveitar as oportunidades geradas a partir dessa reaproximação diplomática.
Em que é preciso avançar?
A China é o nosso maior parceiro comercial e temos de pesar em diversas situações para potencializar e melhorar as relações. O momento é bastante oportuno para buscar esse realinhamento institucional. No RS, além dos grãos e da proteína animal, há outros produtos. Um dos fatos importantes para estreitar as relações são os contratos de cooperação entre a China e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para a formação de lideranças e troca de conhecimentos. Na inovação, há a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e percebe-se muito espaço no setor de energia. Um exemplo, é que toas as placas solares vêm de lá, mas por aqui, enquanto se forma mão de obra de instalação, esse serviço passa a gerar valar agregada, inclusive sobre a pauta de importação e não apenas na de exportação. Na composição, há toda a cadeia automobilística. Conversando com sindicalistas, confederação e câmaras também é possível avançar sobre os contratos e garantias de produtos.
Isso gera insegurança?
A parte comercial vai muito além da compra e venda de mercadorias, mas precisa contemplar a realização, criar a comunicação relevante para que se possa, a partir daí, melhorar o ambiente de negócios. Por isso, já estamos programados uma espécie de Summit (evento que busca reunir os melhores convidados e atrações sobre uma temática), com base nos resultados dessa missão federal para trazer lideranças, em parceria com o governo gaúcho, para desenvolver essa pauta com foco específico nas demandas ampliadas do RS.
Como ampliar essa pauta?
Já no segundo momento – e há tratativas para instalar um escritório avançado – de representação do Estado em solo chinês, o que seria fundamental para nos tornarmos mais proativos nessa importante e promissora relação comercial. A ideia é que a gestão fique com a agência gaúcha abrimos conversação com a Secretária de Desenvolvimento (Sedec) e isso está na pauta e nos interesses do nosso próximo encontros com o titula da pasta Ernani Polo e também abordamos o assunto em agenda recente com o embaixador chinês. Hoje estamos (a agência gaúcha e a seção sul da Câmara Brasil-China) vinculados com São Paulo, inclusive no que se refere aos tramites de imigração. Essa também é uma das razões para buscarmos a instalação de um consulado chinês no RS. Vale lembrar que esses órgãos de diplomacia também tem uma vertente comercial. No Estado temos tamanho e relevância para efetivar essa benéfica aproximação.