No mercado de contratações de executivos, as instabilidades dos cenários político-econômicos nacional e mundial estão colocando no topo da lista as vagas de finanças — principalmente diretores, controllers e gerentes.
No Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2022 as demandas de posições da área cresceram 29% sobre o mesmo período de 2021.
— Tem sido a prioridade das empresas que têm seus negócios diretamente ligados a mercado externo, capital internacional, investimentos e financiamentos, pois a estratégia financeira protege e possibilita ganhos em épocas de incerteza — relata Guilherme Abdala, sócio-fundador da Evermonte Executive Search, empresa de recrutamento de lideranças empresariais de alto comando.
Nos últimos quatro meses, os executivos financeiros corresponderam a 33% das posições de diretoria atendidas pela Evermonte, que tem escritórios em Porto Alegre, São Paulo e Florianópolis.
Segundo Abdala, para entender essa movimentação, é importante saber que as posições executivas de maior destaque estão mais ligadas à expectativa do que ainda está por vir do que com índices econômicos que refletem cenários que já ocorreram no país ou no mundo.
— Nosso trabalho como recrutadores de altas lideranças está à frente da roda da economia. Porém, momentos de variação cambial ou mudanças em juro afetam a volatilidade das empresas, o que torna a busca por um profissional de finanças mais urgente — afirma.
Ainda conforme o gestor da Evermonte, em contextos mais estáveis, essas cadeiras devem perder relevância para posições que lidam diretamente com novos negócios e oportunidades de mercado, e que se aqueceram graças aos desdobramentos econômicos da pandemia.
— Independentemente de quem vencer as eleições, vemos um cenário potencialmente mais estável nos próximos anos, o que deve acelerar crescimento e investimentos — avalia Abdala.
* Colaborou Mathias Boni