A inflação ainda na alturas, especialmente nos alimentos, provocou fenômenos de "fakeflação", como a coluna chama a proliferação de caixinhas de soro de leite, mistura láctea condensada e até "alimento com sabor queijo prato".
Não há falsificação, porque os produtos são chamados por seus nomes específicos. O que entrou na mira dos órgãos de defesa do consumidor é a forma de venda dos "similares", com embalagens muito parecidas e sempre ao lado dos originais.
O problema é que, entre a pressa, a desatenção e o foco no preço mais acessível, tem muita gente levando para casa "alimento sabor" no lugar de queijo, "mistura láctea" no lugar do leite condensado e soro no lugar de leite. É esse risco que o Procon-SP pretende reduzir com um levantamento das empresa que produzem e vendem esse tipo de "similar", que custa entre 30% e 40% menos, mas no caso da comparação entre leite e soro, menos da metade da proteína.
Não é por acaso que a onda de "fakeflação" concentra produtos lácteos: o preço do litro de leite subiu mais do que o da gasolina neste ano. Há alguns meses, a Quatá Alimentos foi notificada para mudar a embalagem do soro de leite vendido com a marca Cristina. Na época, a empresa se defendeu dizendo que já havia lançado um novo nome para evitar a confusão. A partir desse caso, o Procon-SP está fazendo um amplo levantamento dos novos produtos para garantir que o consumidor não leve gato por lebre.