Conforme o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, as montadoras brasileiras ainda "estão digerindo" as restrições da Argentina adotadas no final de junho.
Ainda não há certeza sobre quais modelos são atingidos pela regra que só permite pagamento em seis meses para vendas feitas entre julho e outubro.
— O que mais preocupa na Argentina é quando há fechamento de mercado, empecilho às importações e barreiras que dificultam comércio entre países. Não é isso que está ocorrendo, é uma crise relacionada ao fluxo financeiro. As montadoras estão trabalhado nessa precificação, que pode mudar o mercado, nas próximas semanas. São questões que podem impactar de um lado ou outro. Em um primeiro momento, isso pode impactar no caixa das empresas— disse Lima em conversa com um grupo de jornalistas depois da coletiva de apresentação de resultados do setor.
A coluna quis saber se isso significa que as montadoras brasileiras poderiam aceitar sem sustos a regra de receber só em seis meses. Aí veio a metáfora da digestão:
— As empresas ainda estão digerindo as medidas.
Como a regra estabelece dois universos, um para os produtos com licenças automáticas, que só precisam esperar seis meses para receber o que passar de 5% dos volumes do período anterior, e outro para os com licenças não automáticas, para o qual todo o valor fica "congelado" por 180 dias, está sendo feita análise detalhada, afirmou.
— No caso dos automóveis, depende da categoria, boa parte dos produtos fica acima de US$ 125 mil, na regra de seis meses. Ainda precisamos entender melhor a medida, mas tudo indica que esteja mais relacionada a questões de caixa. O mercado argentino tem sido importante para as montadoras brasileiras, ainda que não seja o mesmo volume de anos atrás. Mas vai afetar o caixa.