O aumento de 4,65% anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na Região Sul será cobrado no momento em que entrar em vigor o reajuste anual das contas de luz. A coluna consultou a Aneel, que confirmou a forma de aplicação do reajuste destinado a cobrir custos da crise hídrica não repassados ao consumidor nem com o bandeiraço de 49,63% aplicado no ano passado.
Ainda faltaram R$ 30 bilhões, que serão repassados pela Aneel às distribuidoras e cobrados do consumidor por meio desse reajuste extra. Então, além dos aumentos já elevados previstos para 19 de junho, na área da RGE, e 22 de novembro na da CEEE Equatorial, haverá esse adicional de 4,65%.
Como a coluna já mostrou, antes da definição desse percentual, ou seja, sem o "extra", os reajustes de tarifa autorizados pela Aneel têm sido elevados: 23,99% para a Enel Ceará, 20,36% para a Energisa Mato Grosso e 16,46% para a Energisa Sergipe. Então, sim, serão os 4,65% do reforço na CDE somados ao aumento "normal" de cada distribuidora.
Em nota à coluna, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), constata que os reajustes tarifários das distribuidoras têm vindo bem acima da projeção da inflação, com reajustes de até 25%. E observa que, como no ano passado a média no Brasil foi de quase 19%, "estamos caminhando em dois anos para um aumento de tarifas na casa de 40%".
A entidade reconhece que causa "impacto muito negativo para a economia e para o consumidor em geral, famílias". E afirma que "a saída encerrar esse círculo vicioso de aumentos tarifários é a modernização do modelo comercial do setor, a correta alocação de custos e a migração para o mercado livre, onde o consumidor, com liberdade, pode escolher o fornecedor, que poderá ser um entre centenas de empresas habilitadas a entregar energia como comercializador varejista".
Essa possibilidade, detalha a Abraceel, está em análise na Câmara dos Deputados, com expectativa de votação em maio. Caso seja aprovada no Congresso, permitiria que, a partir de janeiro de 2026, todos os consumidores de energia elétrica do Brasil tenham o direito de escolher o próprio fornecedor, se assim desejarem.
Esclarecimento: a coluna, que está sob falta de energia localizada desde antes das 12h, anseia pela medida.