Presidente da NotreDame Intermédica, Irlau Machado Filho, conhece o Rio Grande do Sul de outros outonos. Era vice-presidente do Santander na época da compra do Banco Meridional, e foi um dos responsáveis pela implantação em Porto Alegre do Santander Cultural, hoje Farol Santander. Agora, volta a ter relações com o Estado com a compra da CCG Saúde (antes conhecida como Centro Clínico Gaúcho) por R$ 1,06 bilhão. Com o negócio, o Rio Grande do Sul entra na fusão entre HapVida e NotreDame que vai criar uma empresa com valor de mercado estimado em R$ 113 bilhões (soma da capitalização atual das duas empresas).
Há quanto tempo havia essa negociação?
Avaliamos que o Rio Grande do Sul é um mercado estratégico. Era um problema não estar em um Estado como o Rio Grande do Sul, que é porta de entrada para o Mercosul. Já estávamos no Paraná e em Santa Catarina, faltava um para consolidar a Região Sul. Trabalhamos nesse planejamento mais de um ano.
A CCG Saúde sempre foi o alvo principal?
Sim, porque é uma empresa séria, saudável, que tem um trabalho muito bonito. Estamos muito à vontade de entrar no Rio Grande do Sul com essa empresa forte, que trabalha ao longo de muito tempo. Vamos ver o que precisa ser feito no Estado, talvez contribuir para o fortalecimento da empresa e em tecnologia. Foi um casamento perfeito, porque uniu gente que sabe fazer bem com outros que também sabem fazer bem. Vamos somar forças para melhorar a qualidade da saúde no Estado.
Como a CCG Saúde entra na negociação da fusão com a HapVida, inclusive na definição de marca?
A fusão com a HapVida é em momento posterior. Essa questão de marca vamos discutir mais à frente, inclusive com a própria HapVida. Será alvo de muita discussão, inclusive com outras consultorias, para tentar entender o que seria melhor interpretado pela população e agregaria mais valor para a marca, de quem quer que seja. Sobre o horizonte da fusão com a HapVida, tudo depende da autorização das entidades de regulação como o Cade (Conselho Nacional de Defesa Econômica) e a ANS (Agência Nacional da Saúde). Vamos dar todas as possíveis informações para que as autorizações saiam no período mais curto possível. Nessa transação no Rio Grande do Sul, não esperamos qualquer tipo de impedimento. Não temos outras participações no Estado, então não há concentração ou sobreposição.
A NotreDame vai participar da apresentação do Hospital Humaniza, nesta semana?
Totalmente. Queremos participar ativamente da vida na comunidade. É assim que somos nas localidades onde atuamos. A oportunidade de chegar ao Rio Grande do Sul com esse grande momento reflete a vontade de fazer as pessoas entenderem que estamos chegando para contribuir, dentro do conceito de oferecer saúde de qualidade a preços acessíveis. O Rio Grande do Sul é absolutamente estratégico.
A menção ao Mercosul significa que há intenção de internacionalizar a atividade?
Nesse momento, seria precipitado falar em internacionalização. Ainda precisamos consolidar a operação, temos outra aquisição recente em Minas Gerais.