Esta terça-feira (3) marca o início da fase restrita das operações do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. É "restrita" porque participam apenas de 1% a 5% dos clientes de cada uma das 762 instituições que aderiram ao modelo.
Conforme o chefe adjunto do departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Carlos Eduardo Brandt, não se trata de teste, porque os pagamentos são de fato feitos. E, apesar da limitação no universo de quem pode fazer pagamentos, todos os brasileiros com conta em banco ou carteira digital podem receber recursos pelo Pix.
A escolha dos primeiros usuários foi feita pelos próprios bancos e fintechs, com base no perfil de seus clientes. O número de operadores seguirá restrita ao máximo de 5% até do próximo domingo. A partir da próxima segunda-feira (9), a orientação do BC é de que a base de utilização seja gradualmente ampliada. A partir da segunda-feira seguinte (16), todos poderão usar o Pix, inclusive quem não tiver cadastro.
Até por envolver número limitado de usuários, a largada do sistema ocorreu sem os problemas que marcaram o início do cadastro das chaves, em 5 de outubro. Na semana passada, o chefe do Departamento de Tecnologia da Informação do BC, Haroldo Cruz, admitiu que houve falhas no sistema do Pix nas primeiras duas horas e meia de operações. Segundo o executivo, é para evitar novas dificuldades que o BC adotou esse sistema de "soft opening", que permite ajustes sem maior impacto.
O passo a passo para fazer um Pix com chave
1. Abra o aplicativo do banco ou fintech
2. Escolha a modalidade Pix
3. Defina o uso de chave
4. Informe a chave (CPF, telefone, e-mail ou senha aleatória)
5. Informe o valor a ser pago
6. Confirme o valor e o destinatário
7. Receba o comprovante
Todas as formas de fazer Pix
1. Com a chave cadastrada: por meio da digitação apenas do CPF, celular, e-mail ou um conjunto de letras e números gerados de forma aleatória, como as senhas de seguraça sugeridas em alguns aplicativos
2. Sem chave: não é obrigatório ter cadastro, mas sem esse atalho é preciso digitar todas as informações de quem recebe, como CPF ou CNPJ, banco, agência e número da conta, como ocorre com TED e DOC
3. Com QR Code estático (pode ser usado várias vezes para pagamentos do mesmo valor) ou dinâmico (de uso único, muda a cada operação): o celular lê o código com os dados de quem recebe e basta checar e confirmar as informações.
4. Opção "copia e cola": destinada a facilitar compras pelo celular. Na hora de ir para o pagamento, é possível selecionar a opção Pix, escolher o "copia e cola", fazer a operação no aplicativo do banco ou fintech, e confirmar.
COMO SERÁ A OPERAÇÃO RESTRITA
De 3 a 8/11 - 1% a 5% da base de clientes, que serão escolhidos pelos respectivos bancos e fintechs
De 9 a 15/11 - Aumento gradual da base até o dia 16/11, quando o Pix começa a funcionar para todos
Horários de 3 a 15/11
Quartas das 9h às 22h
Quintas das 9h às 24 h
Sextas de 0h até 22h
Como vai funcionar o Pix
O que é o Pix?
É um sistema para enviar e receber valores, criado para substituir as formas atuais de enviar dinheiro a alguém, como DOC e TED. Não é de uma empresa privada, mas do Banco Central, um órgão do governo. Cada um vai usar onde preferir: no banco ou em pequenas empresas de finanças, as chamadas fintechs. Vai funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana e completa a operação em até 10 segundos.
Como se usa?
A partir de 16 de novembro, vai estar funcionando nos aplicativos ou no sites bancos e fintechs. Será como fazer uma transferência, só que mais rápido, sem limite de horário e, na maioria dos casos, grátis. Serve para enviar dinheiro para a conta de um parente ou até para pagar um compra.
Precisa ter conta em banco?
Não, há várias empresas de finanças, as fintechs, que vão oferecer o serviço. Mas será necessário fazer um cadastro e ter o dinheiro depositado em uma dessas empresas para poder fazer pagamentos.
Precisa ter cadastro?
Não é obrigatório, mas ter um registro torna a operação mais rápida, porque não precisa preencher dados a cada vez que envia ou recebe dinheiro. Desde o dia 5 de outubro, bancos e fintechs estão cadastrando o que chamam de "chaves", que podem ser CPF, número do celular ou e-mail. Se a pessoa prefere não informar esses dados, pode usar uma "chave" que o app sugere, mas será daquele tipo cheio de números e letras, difícil de decorar.
Como se cadastrar?
É só entrar no site ou no aplicativo do seu banco ou de sua empresa de finanças e procurar por "Pix". Na maioria dos casos, é só seguir a ordem em que as opções aparecem, confirmando ou rejeitando a "chave" preferida. Se aparecer "CPF" e você preferir usar outra, é só recusar esta que a próxima aparece.
Tem risco de golpe?
Tem, principalmente se forem usados links recebidos para fazer o registro. Por isso, é importante entrar direto no site ou no aplicativo que você costuma usar para lidar com seu dinheiro. Depois, vai ser preciso prestar bastante atenção, porque uma das formas de enviar e receber pagamentos será o envio de links clicáveis, mas isso vai ocorrer dentro do app ou do site de internet banking.
É obrigatório?
De jeito nenhum. Se você não costuma fazer esse tipo de pagamento, pode ficar sossegado e não se estressar com o Pix. Se prefere pagar mais, mas manter as opções mais tradicionais, como DOC e TED, também não. Mas é bom ficar preparado para o fato de que há tendência de ampliação gradativa do uso desse tipo de tecnologia, com custo mais baixo.
Então por que os bancos insistem tanto que é preciso se cadastrar?
Porque um dos papéis do Pix é ajudar a democratizar o mercado bancário no Brasil, ou seja, permitir mais escolha aos usuários. Se o cliente registra uma chave em determinada instituição financeira, presume-se que vá operar com esse banco ou fintech. Por isso, o interesse dos bancos é "segurar" os clientes.
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