A Qualicoco, empresa gaúcha que tem como base uma matéria-prima típica do Nordeste, está expandido os negócios na região de produção. Com sede em Santo Antônio da Patrulha, a empresa produz derivados da fruta, como coco ralado.
Há dois anos, abriu um parque fabril em Rio Largo, interior de Alagoas. Ainda no primeiro semestre de 2021, planeja triplicar a capacidade na unidade nordestina — o investimento previsto está entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Segundo o diretor comercial e de operações da Qualicoco, Litiéri Gomes, o plano de expansão foi acelerado durante a pandemia, já que a meta de faturamento para este ano foi ultrapassada:
— É até um pouco contraditório (risos), somos uma indústria de coco ralado no Rio Grande do Sul, não tem muito a ver. Há 30 anos, a empresa iniciou por conta de uma demanda local, já que estamos em uma região de produção de doces. Inicialmente, trazíamos a matéria-prima para o Estado, mas não conseguíamos aproveitar a fruta completamente, não usávamos para fabricar leite e água de coco, porque logística é complexa. A expansão da fábrica do Nordeste é para aproveitar melhor a matéria-prima. Estamos planejando há dois anos, desde que chegamos a Alagoas, mas a pandemia acelerou o processo.
No início no ano, a empresa projetava ampliar o faturamento em 35% em comparação com o ano passado, mas ultrapassou a marca e já aumentou em 40% os rendimentos. Para o ano que vem, a meta é faturar 45% a mais do que 2020. A expansão da fábrica no Nordeste se dará em etapas, sendo que a primeira delas contempla a inauguração de uma unidade fabril de 8 mil metros quadrados.
Segundo Gomes, além de se "aproximar" da matéria-prima, a empresa projeta aumentar o número de produtos de fabricação própria. Hoje, a água de coco que vende é terceirizada:
— Terceiramos todo o processo. Um dos nossos projetos, com a expansão, é desenvolver o produto em 'casa', já que tem um grande potencial para exportação. Além disso, também queremos incluir no nosso portfólio os chips de coco que vendemos.
Sobre a fábrica do Rio Grande do Sul, Gomes afirma que seguirá operando normalmente:
— Somos gaúchos e ainda nos consideramos uma empresa muito regional. O Estado representa uma fatia importante do nosso faturamento, nossa fábrica não vai parar. A unidade vai se transformar em um braço estratégico da operação no Nordeste. Além disso, temos compromisso com a economia do Estado e a geração de emprego. Temos muitos projetos, como a entrada no mercado de cosméticos. O coco ralado está despontando como uma matéria-prima importante para o segmento.
A empresa não tem plantação de coco, mas não descarta a possibilidade de plantar coqueiros para chamar de seus nos próximos anos.
* Colaborou Camila Silva