O primeiro sinal havia sido dado, como convém, pelo secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal. Nesta quarta-feira (30), foi a vez de o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer nunca houve intenção da equipe econômica romper teto ou financiar programas de forma equivocada.
É uma clara referência ao desvio de recursos do pagamento de precatórios para o Renda Cidadã.
Ao comentar os resultados da criação de empregos formais, Guedes recitou a mesma prece que vem sendo repetida por especialistas em contas públicas: "despesa permanente tem de ser coberta por receita permanente". Disse que um programa como o Renda Cidadã não pode ser financiado por "puxadinhos" e confirmou estudos para unir 27 benefícios em um só programa de transferência de renda.
Na terça-feira (29), Funchal admitira que os juros futuro haviam subido "porque o aumento da despesa (com o Renda Cidadã) está sendo feito com postergação de pagamento". Deu o sinal que os líderes do governo no Congresso rejeitaram. Guedes, agora, diz que o governo avalia os gastos com precatórios por identificar avanço "galopante", mas negou que venha daí uma solução para o Renda Cidadã.
Agora, Guedes também descobriu que havia risco embutido na proposta. Mas ele não estava lá, no anúncio que deixou muita gente boquiaberta? Essa tática "se colar, colou" do governo Bolsonaro começa a exasperar até os mais técnicos observadores.