O anúncio de lançamento da cédula de R$ 200, até o final de agosto, espalhou especulações sobre causas e consequências da decisão. Desde julho de 1994, quando foi lançado o real, a nota de R$ 100 continua sendo a de maior valor disponível.
Para manter o poder de compra que tinha na época, o que deveria estar escrito no papel azul-esverdeado que estampa uma garoupa-verdadeira (espécie de peixe) seria R$ 581,44.
Em tese, portanto, caberia até o lançamento de uma cédula de R$ 500, já que não existem valores quebrados em notas de circulação geral, apenas para preservar a organização original das nota de real.
Emissões de cédulas de valor elevado costumam ser associadas a processos acentuados de inflação. Esse definitivamente não é o caso do Brasil neste momento. Mais por problemas do que por virtudes, os preços estão relativamento contidos. A alta acumulada em 12 meses até junho, medida pelo indicador oficial, o IPCA, é de 2,13%.
Ao justificar o lançamento, nesta quarta-feira (29), a diretora de administração do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros, afirmou que durante períodos de crise como o atual, as pessoas tendem a guardar dinheiro embaixo do colchão. Esse comportamento, que os técnicos do BC chamam de entesouramento, tem três motivos principais: saques feitos preventivamente por pessoas e empresas, redução nas compras com dinheiro vivo e até o auxílio emergencial, que tem custo total estimado em R$ 254 bilhões.