A partir de terça-feira (28) começa a funcionar em Porto Alegre o Iguatemi 365. Conforme adiantou à coluna o presidente da Iguatemi Empresas de Shopping Centers, Carlos Jereissati Filho, é uma nova unidade de negócios do grupo.
Não se trata de uma extensão digital das lojas já existentes em cada cidade, mas um "marketplace premium", ou seja, uma mesma plataforma que reúne marcas famosas. Segundo Jereissati, o 365 traz ao Brasil uma dezenas de marcas que não têm presença física no Brasil, como Sold Out NYC, Chiara Ferragni, Smythson, Muzungu Sisters e Cariuma. Observa, especialmente para os gaúchos, que algumas são de Argentina e Uruguai, para permitir compras antes feitas durante viagens..
– É como se fosse o 17° shopping. O Iguatemi São Paulo foi o primeiro e é o mais completo. Toda vez que eu ia para um mercado novo, as pessoas perguntam, 'mas, vai ser igual'? O Iguatemi 365 é uma solução dessa demanda eterna do cliente. Vai complementar a oferta dos shopping físicos (que voltaram a fechar desde meados de junho em Porto Alegre) com várias marcas a que os gaúchos não tinham acesso fisicamente – detalha o empresário.
O novo negócio havia sido lançado no Brasil antes da pandemia de coronavírus, em outubro de 2019. Mas com as medidas de restrição ao comércio determinadas para frear o contágio da covid-19, o projeto ganhou velocidade, admite Jeireissati:
– Lançamos em outubro e, obviamente, estávamos aprendendo e começando a operar, quando surgiu a pandemia no Brasil, em março. O faturamento do 365 se multiplicou 20 vezes entre entre abril e maio. Prevíamos a primeira expansão para o início de 2021, e estamos fazendo agora, antecipamos em seis meses. No início de setembro, iremos para mais seis capitais.
Entre as 270 marcas disponíveis no 365 (link aqui, mas ainda sem operação em Porto Alegre, que só começa na terça-feira), estão as internacionais Tiffany & Co, Ermenegildo Zegna, Dolce & Gabbana e Emporio Armani. Entre as nacionais, há Artiz, A. Niemeyer, Entreposto, Língua Franca, Vix e Zapalla. Também há planos de estender o negócio para algumas cidades do interior do Estado, antecipa o empresário:
– Provavelmente, até o final do ano deveremos abrir em mais algumas cidades no Estado, que são polos regionais. Queremos chegar, pois uma loja que não tem em Porto Alegre, mas tem no e-commerce, vai passar a ser acessível para grande parte dos gaúchos. É um sonho de muitas décadas, atender com mais marcas nacionais e internacionais que não estão presentes no Estado.
O conceito de marketplace premium, segundo Jereissati, já está bem disseminado no mundo e foi trazido ao Brasil pelo Iguatemi. Um dos motivos, detalha, é o fato dos os sites agregadores de várias marcas terem ficado tão grandes que se tornaram confusos:
– Daqui a pouco, vão 'se quebrar' em pedaços para os usuários comprarem os produtos. Chega uma hora que você pede uma calça preta e vem um milhão de coisas (risos). O que o Iguatemi 365 faz é curadoria, a escolha de marcas e, até nas marcas, seleciona produtos que achamos legais e fazem sentido para o público da plataforma.
O empresário afirma que o 365 é focado em produtos que fazem parte do "estilo Iguatemi", mas não exclui marcas mais populares:
– Não é uma questão só de valor, mas de identidade de marca forte. Como a Havaianas, que se tornou uma marca de moda. A escolha não é exclusivamente por preço, mas por identidade de estilo.
O Iguatemi não informa o valor investido no novo negócio, porque essa divisão ainda não está formalmente separada das demais.
Se você quer saber como o presidente do Iguatemi, uma das maiores empresas de shopping do Brasil, encara o desafio da pandemia sobre os negócios, as respostas estão neste link.