Fundador da Intercity Hotéis, marca da ICH Administração de Hotéis, Alexandre Gehlen está à frente de um dos setores mais prejudicados pela crise econômica ocasionada pelo coronavírus. Mesmo com a situação complexa, Gehlen diz não ter perdido uma noite de sono. Entre março e abril, período inicial de aplicação de medidas de distanciamento social no Estado, ficou duas semanas em home office. Entretanto, o cenário do setor fez com que optasse por retornar às atividades presenciais:
– Fomos um dos primeiros setores a fechar e seremos, com certeza, um dos últimos a reabrir. Nesse momento, estamos fazendo o melhor possível. Estamos trabalhando para sair desse momento com o menor número de sequelas possível.
Rotina
"Trabalho quase 10 horas por dia. No início do período de distanciamento, fomos obrigados a preparar de forma mais rápida as condições necessárias para proporcionar o home office aos integrantes do setor corporativo, responsáveis por auxiliar todos os hotéis da rede. Fiquei 100% em home office durante duas semanas. Dado o impacto que nosso setor sofreu, decidi retornar ao trabalho presencial. Estou no front. Sou uma daquelas pessoas do 'fica em casa, se puder' com todas as precauções, é claro."
Atividades físicas e cuidados com a saúde
"Tenho dado ênfase ao que já praticava e só intensifiquei. Priorizo a qualidade da alimentação, busquei reforçar a imunidade para doenças respiratórias por meio do prato de comida. Adotei essa medida, pois tenho pouco tempo para praticar exercícios físicos. Sou esportista, pratico tênis regularmente, mas a situação é complexa."
Aprendizado
" Não dá para romantizar o momento, estamos aprendendo a lidar. Ouso dizer que é quase um luxo conseguir sobreviver nesse momento. O setor está aprendendo muito. O que estamos vivendo vai ser um case histórico, tenho certeza. Na hotelaria, afirmo que cada vez mais os profissionais multitarefas e polivalentes serão valorizados pelas empresas. Um livro que me inspirou muito neste período foi Arriscando a Própria Pele - Assimetrias Ocultas no Cotidiano, de Nassim Taleb. Está claro que as pessoas que não se arriscarem ou se reinventarem em seus negócios terão dias difíceis."
Futuro
"Ainda estamos com quase 60% dos negócios fechados. Abril foi o fundo do poço. Maio já começou a melhorar, mas ainda está muito difícil. Esse isolamento traz essas reflexões. Percebi que nosso setor está muito atrelado ao 'antigo normal'. Vamos ter de aprender, exercitar e nos adequar. Converso sobre isso com algumas pessoas e estamos conscientes de que o 'novo normal' vai diminuir nossas atividades e modificar as experiências dos clientes."
*Colaborou Camila Silva