Em relatório publicado nesta quarta-feira (15), o Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que os gastos dos países contra a crise do coronavírus alcancem US$ 8 trilhões até o dia 8 de abril. O valor equivale a cerca de 40% do PIB dos Estados Unidos. A maior parte dos recursos foi anunciada pelos países mais desenvolvidos que integram o G20, de US$ 7 trilhões. Conforme o levantamento do FMI, o Brasil adotou medidas que representam gasto equivalente a 2,9% de seu PIB.
O organismo criado para reconstruir a economia depois da Segunda Guerra Mundial começou sua tradiconal reunião de primavera (no Hemisfério Norte), que neste ano será virtual. Na véspera da abertura dos trabalhos, a instituição havia divulgado uma projeção sobre o tamanho da recessão provocada pela doença que embutia tanto inquietação quanto esperança.
Nesta quarta-feira (15), a atual diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, apresentou pessoalmente três prioridades que a instituição está recomendando a todos os países:
"Primeiro – proteja vidas . O fato é que você não pode ter uma economia saudável sem uma população saudável. Isso significa continuar com medidas essenciais de contenção e priorizar os gastos com saúde. Isso também significa abster-se de controlar as exportações de suprimentos médicos e alimentos.
Segundo – proteja os meios de subsistência . Devemos impedir que as pressões de liquidez se transformem em problemas de solvência. Trata-se de criar linhas para famílias e empresas, de transferências em dinheiro a garantias de crédito e ajustes a termos de empréstimos. Proteger os meios de subsistência também requer um sistema financeiro que continue funcionando sob pressão. Aqui, facilitar estímulo monetário e liquidez tem papel indispensável.
Terceiro – plano de recuperação. Precisamos reduzir o risco de cicatrizes econômicas irreversíveis por meio de ações políticas imediatas. Com o tempo, à medida que a economia global se estabilize, serão necessários estímulos fiscais coordenados para impulsionar a demanda e restaurar o crescimento. Por sua vez, o FMI apoiará seus países membros para enfrentar os desafios pós-crise, incluindo vulnerabilidade econômica."