Não é uma empresa do tamanho da Paquetá Shoe Company, que solicitou proteção contra credores em junho, mas o pedido encaminhado nesta segunda-feira (16) pelo Grupo Priority, de Ivoti, dono da marca West Coast, surpreende pelo retrospecto da fabricante, que já foi referência em posicionamento de mercado e foco no comércio exterior. Segundo o advogado da empresa, Matheus Dieterich E. Brenner, sócio da Carpena Advogados, a medida que inclui dívidas de R$ 39,5 milhões foi necessária diante do "cenário de instabilidade econômica".
Conforme Brenner, as dificuldades da empresa têm relação com a queda nas exportações para a Argentina, que no setor calçadista passaram de 30% neste ano, mas também no mercado interno, com pendências de clientes. A coluna quis saber se a empresa tentou outro tipo de negociação antes de encaminhar o pedido de RJ, e o advogado respondeu assim:
- A dívida não era grande o suficiente para fazer com que bancos sentassem para negociar.
A empresa está comunicando nesta segunda-feira (16) os funcionários no Rio Grande do Sul, e deve seguir para Sergipe, onde se concentram 600 dos 700 colaboradores. Havia um período de férias coletivas previsto para 20 de dezembro a 6 de janeiro que será mantido. Conforme Brenner, todos retornarão ao trabalho normalmente a partir de 7 de janeiro porque não há demissões previstas.
O grupo esclarece que os pagamentos futuros não sujeitos à recuperação judicial serão mantidos. Depois do fim do período de férias coletivas, a retomada das atividades dos funcionários será habitual. O pedido será apresentado à Vara Regional de Direito Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo, conduzido pela Medeiros, Santos e Caprara Advogados. Com mais de 32 anos no mercado, a West Coast é distribuída em cerca de 6,5 mil pontos de venda no território nacional e em cerca de 40 países.