Depois de ultrapassar a reforma tributária na fila das mudanças planejadas pelo governo federal, as regras que implantarão o "novo serviço público" começam a ganhar contorno.
O anúncio oficial está previsto para os próximos dias, mas algumas decisões estão tomadas. Conforme a coluna apurou, a reforma administrativa não representará mudança na remuneração atual dos servidores públicos federais – sim, a possibilidade esteve em discussão, diante da constatação de que os salários do setor público são mais altos do que a média na iniciativa privada.
Mas também está se confirmando o fim da estabilidade como único regime de trabalho para as categorias, com a instituição de "novas formas de vínculo", como estão sendo chamadas na equipe econômica as novas possibilidades de contratação.
Embora a redução nos vencimentos dos atuais servidores esteja fora de cenário neste momento, o grupo formulador segue determinado a aproximar tanto a remuneração quando os benefícios à realidade do país e do mercado de trabalho. Esse esforço, porém, será feito com atenção à manutenção da atratividade do serviço público para bons profissionais.
Outro dos objetivos da reforma administrativa será simplificar e tornar mais barata a gestão da folha. Atualmente, conforme informações obtidas pela coluna com integrantes do time que define as regras, há gasto anual de R$ 116 milhões com a manutenção de sistemas de recursos humanos e R$ 1,6 bilhão só com o pagamento dos funcionários que trabalham diretamente com a gestão de pessoas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que espera a volta do presidente Jair Bolsonaro ao Brasil para aprovar com ele as propostas que serão efetivamente encaminhadas ao Congresso.