No mesmo dia em que a Lojas Renner divulgou seus resultados no terceiro trimestre, com recuo de 2,6% no lucro líquido em relação ao período imediatamente anterior, a segunda maior rede de varejo que atua no Brasil, a C&A, abriu capital na bolsa de valores. Para o diretor de relação com investidores da Renner, Laurence Gomes, pode ser positivo para o segmento:
– Quando há grandes atores com informações disponíveis. para investidores, isso tem efeito didático. Podem ver propostas de valor, diferenciais competitivos. Do ponto de vista competitivo, é neutro.
Em receita líquida de vendas, o trimestre da Renner mostrou avanço de 12,9%. Uma das novidades implantadas no período, relatou o executivo, foi o uso de inteligência artificial para distribuir peças de roupas pelas 350 lojas da rede no Brasil e no Uruguai. Até agora, isso era feito apenas com planilhas e pessoas,
– Implantamos a ferramenta de distribuição de produtos com inteligência artificial. Se compramos 10 mil vestidos (o número é real, leitores!) de determinado modelo, costumávamos definir, pelo histórico anterior, quantas peças vão para o Iguatemi de Manaus, quantas para Santa Maria. Agora, passamos todas essa informações para uma máquina que calcula as melhores combinações. O resultado foi que tivemos venda um pouco maior – relata.
A tecnologia, relata Gomes, foi desenvolvida na própria Renner, com a contratação de cientistas de dados e desenvolvedores.
– Estamos há um ano ensinando essa máquina, incluindo dados, fazendo testes. Erravam, ensinávamos novamente. É um primeiro resultado, mas bastante promissor.
Por enquanto, as peças distribuídas por inteligência artificial estão abaixo de 10% do total e a Renner não tem uma meta de volume para atingir.