No Brasil há 25 anos, a espanhola Mapfre Seguros tem aqui seu segundo maior mercado no mundo, com 16% das operações, atrás apenas do país de origem. Há seis anos, associou-se ao Banco do Brasil. Satisfeita com o resultado, não descarta a possibilidade de participar em eventuais privatizações de bancos públicos – ou partes de bancos públicos – brasileiros, antecipou à coluna o CEO da empresa, Luis Gutiérrez.
– Estamos de olhos abertos, temos uma parceria ativa com o Banco do Brasil, mas não descartamos outras situações.
Gutiérrez cita como exemplo a Caixa Econômica Federal.
A intenção de vender participações em áreas como seguros e loterias foi anunciada pelo presidente da instituição, Pedro Guimarães, em janeiro, logo depois de tomar posse. Em dezembro de 2018, a Mapfre adquiriu a metade que pertencia à BB Seguridade na joint venture que mantinham, pela qual desembolsou R$ 2,4 bilhões – uma mostra do apetite da espanhola pelo Brasil.
Em setembro, a Mapfre fez mudanças na direção regional no Estado, onde atua muito no setor rural. O comando no Rio Grande do Sul passou para Guilherme Bini, que terá o desafio de manter o protagonismo do Estado na contratação de serviços da empresa. Os gaúchos são responsáveis por 20,2% da contratação de seguros massificados, que inclui produtos residenciais.
No Estado, outra modalidade que se destaca é o seguro voltado ao agronegócio. A venda desse tipo de produto está na essência da empresa cujo nome completo é Mutualidad de La Agrupación de Propietarios de Fincas Rústicas de España (em português, Agrupamento de Proprietários de Áreas Rurais da Espanha). No Rio Grande do Sul, o serviço é contratado principalmente por produtos de uva (59,75%), seguido dos produtores de soja (15,85%).
– Com o esperado aumento na subvenção governamental para o produtor rural, a tendência é de que mais propriedades passem a ser protegidas e, por consequência, o país obtenha resultados mais sustentáveis no campo – avalia Bini.
O Seguro Rural da companhia atende a 60 culturas e, permite que os produtos estejam segurados contra desastres naturais, incêndios e até enfermidades no rebanho. Em relação ao ano passado, a venda desta modalidade de cresceu 27,44%.
* Colaborou Camila Silva