Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Resultado de exceção

Como a troca de estação ajudou a Lojas Renner a ter lucro 50,8% maior no primeiro trimestre

Enquanto os dados gerais da economia patinam ou engatam marcha à ré, a rede de varejo com sede em Porto Alegre teve aumento de 18% nas venda de janeiro a março 

Marta Sfredo

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Marcelo Donadussi / Divulgação

Sete dias depois da passagem de bastão na Lojas Renner, com a ida de José Galló para a presidência do conselho e sua substituição por Fabio Faccio como CEO, a empresa apresentou o balanço do primeiro trimestre de 2019, com nada menos de 50,8% de aumento no lucro (veja detalhes lá embaixo). Diante dos sinais que variam entre patinar e engatar marcha à ré no primeiro trimestre, os números são ainda mais surpreendentes. Para explicá-los, Laurence Beltrão Gomes, diretor administrativo financeiro e de relações com o mercado,  tem resposta pronta:

 – Foram três  motivos: coleção, coleção e coleção.

O que a Renner fez diferente nesse período, explica, foi uma transição de coleção gradual. Em março, quando em Porto Alegre ainda fazia forte calor, muitas lojas exibiam apenas roupas de meia-estação.

– Fizemos transição regionalizada, específica para cada shopping, também alinhada com seu entorno, se é popular ou de alta renda. Como o clima é errático,  entendemos que temos de mitigar essa imprevisibilidade – destaca o executivo.  

Além do crédito triplo à coleção, Gomes lembra que o resultado também é devido a investimentos feitos e projetos concluídos, que ajudam a empresa a elevar sua participação no mercado:

– O desempenho de vendas do setor de vestuário e calçados no primeiro trimestre, conforme uma grande credenciadora do Brasil, foi de alta de 5,4%. Atingimos 18%, o que confirma que seguimos ganhando participação de mercado mesmo em economia que ainda se recupera lentamente.

Segundo Gomes, os primeiros sete dias de mudança no comando foram de "naturalidade
e normalidade". O executivo detalha que Galló atuava como mentor, dando autonomia à diretoria: 

– Era o maestro da engrenagem toda. No conselho, formaliza um papel que já tinha.

Gomes disse à coluna que o resultado de 50,8% da Lojas Renner foi o "real". A partir do período entre janeiro e março, a empresa adotou alteração de registro de despesas com aluguéis. Os de longo prazo passam a ser considerados passivos, equilibrados pelo direito de uso no ativo. Mas como é preciso trazer o contrato futuro a valor presente, o saldo devedor no início é maior. Por isso, pelas novas regras, o aumento no lucro líquido seria ligeiramente menor: 45%.  

– É uma alteração que todos os varejistas do Brasil terão de fazer, que resulta da aplicação da IFRS 16 (norma para apresentação de balanços financeiros). A Lojas Renner tem R$ 1,9 bilhão em compromissos desse tipo.




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