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Sete dias depois da passagem de bastão na Lojas Renner, com a ida de José Galló para a presidência do conselho e sua substituição por Fabio Faccio como CEO, a empresa apresentou o balanço do primeiro trimestre de 2019, com nada menos de 50,8% de aumento no lucro (veja detalhes lá embaixo). Diante dos sinais que variam entre patinar e engatar marcha à ré no primeiro trimestre, os números são ainda mais surpreendentes. Para explicá-los, Laurence Beltrão Gomes, diretor administrativo financeiro e de relações com o mercado, tem resposta pronta:
– Foram três motivos: coleção, coleção e coleção.
O que a Renner fez diferente nesse período, explica, foi uma transição de coleção gradual. Em março, quando em Porto Alegre ainda fazia forte calor, muitas lojas exibiam apenas roupas de meia-estação.
– Fizemos transição regionalizada, específica para cada shopping, também alinhada com seu entorno, se é popular ou de alta renda. Como o clima é errático, entendemos que temos de mitigar essa imprevisibilidade – destaca o executivo.
Além do crédito triplo à coleção, Gomes lembra que o resultado também é devido a investimentos feitos e projetos concluídos, que ajudam a empresa a elevar sua participação no mercado:
– O desempenho de vendas do setor de vestuário e calçados no primeiro trimestre, conforme uma grande credenciadora do Brasil, foi de alta de 5,4%. Atingimos 18%, o que confirma que seguimos ganhando participação de mercado mesmo em economia que ainda se recupera lentamente.
Segundo Gomes, os primeiros sete dias de mudança no comando foram de "naturalidade
e normalidade". O executivo detalha que Galló atuava como mentor, dando autonomia à diretoria:
– Era o maestro da engrenagem toda. No conselho, formaliza um papel que já tinha.
Gomes disse à coluna que o resultado de 50,8% da Lojas Renner foi o "real". A partir do período entre janeiro e março, a empresa adotou alteração de registro de despesas com aluguéis. Os de longo prazo passam a ser considerados passivos, equilibrados pelo direito de uso no ativo. Mas como é preciso trazer o contrato futuro a valor presente, o saldo devedor no início é maior. Por isso, pelas novas regras, o aumento no lucro líquido seria ligeiramente menor: 45%.
– É uma alteração que todos os varejistas do Brasil terão de fazer, que resulta da aplicação da IFRS 16 (norma para apresentação de balanços financeiros). A Lojas Renner tem R$ 1,9 bilhão em compromissos desse tipo.