Voltar à Expointer depois de conhecer feiras do campo em Montevidéu (El Prado) e Buenos Aires (La Rural de Palermo) ajuda a identificar deficiências e fortalezas do Parque Assis Brasil. Aqui, o ponto crítico é a chegada. Com sinalização e pavimentação deficientes – há placas pequenas indicando um longo corredor com números e alguns acessos sequer receberam brita para evitar risco de atolamento –, o estacionamento geral não tem a organização necessária para funcionar.
Pés e pneus no barros podem fazer parte da "experiência Expointer", mas deveriam ser opção, não obrigação. O que faz parte da tradição na final do Freio de Ouro não precisa representar risco de atolar no estacionamento. Embora faça sol desde a abertura, na sexta-feira, véspera da abertura ao público, choveu. Como, aliás, sempre ocorre durante os dias da exposição, outra marca de Esteio.
Em compensação, a extensão da "Passarela da Fama", conjunto de restaurantes e lojas, tem área maior do que as equivalentes dos hermanos. Até o número de restaurantes em Esteio é maior do que o de Buenos Aires. Só falta mais cuidado ao preparar as instalações que ficam fechadas 11 meses e meio por ano. E melhorar outras áreas de circulação destinadas ao público de menor renda, que em Buenos Aires e Montevidéu sente menos a diferença de seleção de público-alvo.
Se em Palermo o conforto supera em muito a área de exposição de animais – os prédios permanentes da Sociedad Rural Argentina parecem mais shoppings do que pavilhões um tanto alquebrados do Assis Brasil –, a quantidade de animais disponível em Esteio deixa atrás do Rio Grande do Sul os dois países famosos no mundo pela qualidade da carne que produzem. Mas o público portenho é brindado por um espetáculo que comove gente do campo e da cidade: o show de adestramento inclui piruetas que arrancam "ahs" e "ohs"
de marmanjos a criancinhas.